Luisa faz denúncia sobre obstáculos no voto de equatorianos no exterior e cobra correção de autoridades competentes.

O jornalista Edgar Gutiérrez, conhecido por sua atuação na região centro-americana, começou sua carreira como repórter em boletins especializados. Mais tarde, ele trabalhou em parceria com a antropóloga Myrna Mack no centro de pesquisas sociais Avancso. No entanto, sua trajetória tomou um rumo trágico com o assassinato de sua colega, levando-o a integrar a equipe liderada pelo arcebispo Juan José Gerardi na Oficina de Direitos Humanos do Arcebispado, responsável pela elaboração do relatório intitulado “Guatemala Nunca Mais”, que abordava os 37 anos de guerra no país.

Posteriormente, Gutiérrez ocupou os cargos de secretário de Análise Estratégica e chanceler durante a presidência de Alfonso Portillo. Foi nesse período que ele propôs o desenho preliminar do que mais tarde se tornaria o Comitê contra a Impunidade (CICIG). Além disso, Gutiérrez foi colunista do jornal El Periódico por 27 anos, até o fechamento do veículo no ano passado, devido a questões políticas que resultaram na prisão de seu diretor, José Zamora.

Durante o assassinato de monsenhor Gerardi em 1998, Gutiérrez e outros jovens desconfiaram das investigações oficiais, que tentavam encerrar o caso como um “crime passional”. Eles impulsionaram uma investigação independente que culminou no julgamento e prisão dos militares responsáveis. No entanto, devido ao assédio judicial da Promotoria Geral, presidida por Consuelo Porras, eles foram forçados a deixar o país.

Gutiérrez se surpreendeu com o avanço de Bernardo Arévalo, do Movimento Semilla, para o segundo turno das eleições guatemaltecas. Ele recorreu à Prensa Comunitaria, que realizou um monitoramento das redes sociais, para buscar respostas sobre a popularidade do candidato. Na análise das publicações, ficou evidente que a maioria dos eleitores decidiu votar por Arévalo nas últimas 72 horas, guiados pela sabedoria popular e pela busca por uma alternativa ao pacto de corruptos.

Gutiérrez destaca que as eleições na Guatemala adquiriram um perfil internacional devido ao triunfo do Movimento Semilla, que representa uma oportunidade de deter a regressão democrática na América Central. Além disso, a ruptura do pacto de corrupção no país poderia ter um impacto significativo na região. O jornalista menciona a importância do tema no Conselho Permanente da OEA e destaca a unanimidade na exigência de respeito à democracia guatemalteca.

Para Gutiérrez, é notável a transformação de Arévalo como candidato, que conseguiu se conectar com as pessoas e desafiar a casta política tradicional. No entanto, ele ressalta que o principal desafio será formar um governo estável e encontrar pessoas de confiança para ocupar cargos-chave.

Em suma, a trajetória de Edgar Gutiérrez como jornalista e ativista de direitos humanos o levou a testemunhar e participar de momentos importantes na história da Guatemala. Sua análise das eleições recentes e sua visão sobre o Movimento Semilla refletem sua experiência e perspectiva única nesse processo político.

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