Presidente Lula aborda situação na Abin durante entrevista
O presidente Lula (PT) falou sobre a situação na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em uma entrevista realizada nesta terça-feira (30). Durante a conversa com a CBN Recife e rádios do Nordeste, Lula expressou sua preocupação e insegurança ao indicar o primeiro escalão para órgãos como a Abin.
Essa foi a primeira vez que o presidente se manifestou sobre o assunto, que envolve acusações de espionagem ilegal por parte da Abin, com o propósito de beneficiar filhos e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado na Operação Vigilância Aproximada.
Durante a entrevista, Lula mencionou a confiança que depositou no diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, ressaltando que era alguém que ele já conhecia e em quem confiava. Ele também abordou a questão do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos investigados no caso. Segundo decisão judicial, Carlos Bolsonaro fazia parte de uma “organização criminosa” e teve sua participação confirmada por meio de pedidos de informações à Abin feitos por sua assessora, Luciana Almeida.
O ministro Alexandre de Moraes já havia determinado buscas e apreensões nos endereços do deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin no governo Bolsonaro, acusado de montar uma “Abin paralela” durante sua gestão.
Em relação ao diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, Lula mencionou que não está descartada sua exoneração, devido às supostas conexões com Ramagem. Durante a conversa, Lula negou que as operações realizadas pela PF no caso tenham caráter de perseguição política, rebatendo as alegações de Bolsonaro.
Questionado na entrevista desta terça, Lula negou que haja “perseguição” da Polícia Federal a Bolsonaro e aliados.
“O governo brasileiro não manda na Polícia Federal, muito menos na Justiça. Você tem uma investigação, decisão de um ministro da Suprema Corte que mandou fazer busca e apreensão sob suspeita de utilização com má fé pela Abin, dos quais o delegado que era responsável era ligado à família Bolsonaro, e a PF foi cumprir um mandado da Justiça”, disse Lula.
