Mãe-professora supera desafios de dar aula para seu filho no mesmo colégio onde trabalha e reflete sobre o Dia Internacional da Mulher.





“Quando comecei a dar aula para um dos meus filhos, senti um frio na barriga”. Essa foi a primeira sensação da mãe Girlayne Christine assim que passou a ser professora de um dos seus filhos no colégio onde trabalha como professora de língua portuguesa.

Mas, conforme a profissional relata, o tal frio na barriga foi passando no decorrer das aulas. No ambiente de trabalho, a ligação de ser professora do seu filho Eduardo, de 14 anos, e que está no 9º ano, ocorre de maneira natural assim como a estabelecida com os outros alunos, pois, segundo ela lembra, na sala de aula é criada uma intenção pedagógica  baseada na relação que estabelecemos com os alunos. 

“O fato de o Edu ser meu filho não muda o que desejo para ele como meu aluno. Na verdade, o meu desejo é que ele se desenvolva da melhor maneira possível, respeitando suas habilidades e considerando seus interesses e isso coincide com o desejo que tenho para todos os meus alunos”

Girlayne Christine

A profissional, de Brasília (DF), tem outro filho menor, Rafael, de 11 anos, que também estuda no colégio Poliedro, onde ela trabalha há 11 anos. Mesmo sendo professora, a sua rotina como mãe não é muito diferente do dia a dia de outras mães.

“No decorrer das tardes, por exemplo, levo os meninos para aulas de esporte e de Inglês. Estes são os momentos em que acompanho as tarefas, assisto aos treinos, cuido das coisas de casa, planejo aulas, faço correções”, enumera.

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Experiência de ser “mãe-professora”

Na opinião de Girlayne, trabalhar na mesma escola onde seus filhos estudam é uma experiência única e enriquecedora. “Convivemos com muitas pessoas em comum e temos a oportunidade de compartilhar os dias com os muitos funcionários da escola e essa convivência nos transforma juntos, já que todos na escola são responsáveis pela formação”, acredita.

Outra experiência positiva, segundo a mãe professora, é poder conhecer intimamente a rotina escolar dos seus filhos, já que eles compartilham o espaço físico, o contexto e alguns amigos.

“Observar a rotina dos meus meninos, considerando as experiências que planejo e proponho para os meus alunos, é muito interessante, pois é possível compreender como cada proposição interfere no modo de aprender”, destaca.

Para a professora de língua portuguesa, assistir ao modo como seus filhos se organizam na escola, o tipo de anotação que realizam, as estratégias que usam para o estudo pessoal também faz com ela aprenda outros caminhos a seguir.

“O “Bom dia” na portaria da escola é para mim e para meus filhos, a acolhida, os sorrisos, o “dividir a atenção” da mãe-professora com alunos, ex-alunos, futuros alunos ao longo da caminhada, quando entramos no prédio da escola, transformam-se em momentos de aprendizagem”

Girlayne Christine

A professora ressalta, entretanto, que tanto ela quanto seus filhos não têm dificuldade na delimitação do espaço de cada um no ambiente escolar, pois todos respeitam as experiências individuais dentro da escola.

“Sou mãe, e também vivencio essa experiência como outras mães: participo das reuniões, escrevo para orientadora, vou à secretaria para resolver as questões relacionadas à vida escolar deles, cobro a leitura, o estudo, pergunto sobre as tarefas”, relata.

Mãe-professora no Dia Internacional da Mulher

Mãe-professora e, acima de tudo, mulher, Girlayne Christine acredita que é preciso destacar a importância do Dia Internacional da Mulher para a reflexão sobre as conquistas, desafios e a luta contínua pela igualdade na sociedade sociedade e também no campo da educação.

De acordo com a profissional, o “8 de março” vai além das homenagens. Para ela, é um convite a pensar sobre como a sociedade tem tratado as mulheres ao longo dos anos.

“Que o dia da mulher 2024 seja mais um dia para promover a igualdade de oportunidades para as mulheres e meninas em todos os aspectos da vida”, deseja.

Confira também: 

Dia da Mulher: especialistas refletem sobre a importância das mulheres na educação, cultura e cargos de liderança

Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, que será comemorado amanhã, 8 de março, simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens, conforme este artigo.

Inicialmente, o Dia Internacional da Mulher remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.

Saiba mais: 

O que é o Dia Internacional da Mulher

As origens do Dia da Mulher, por que é em 8 de março?

Crédito da imagem:

[1] Divulgação

Por Silvia Tancredi
Jornalista


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