Medo de escalada do conflito na Transnístria preocupa autoridades internacionais e acende alerta vermelho para a região da Europa Oriental.




Medo de um alargamento do conflito à Transnístria

Medo de um alargamento do conflito à Transnístria

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, diz não ter ficado surpreso com o pedido à Rússia. “Isto mostra quão perigosa é a situação, e não apenas para a Ucrânia”, afirmou.

Washington se apressou em dizer que apoia a “soberania” da Moldávia, após o apelo dos separatistas pró-Rússia a Moscou.

Esta declaração dos deputados da Transnístria acontece na véspera do tradicional discurso anual à nação de Vladimir Putin, marcado para esta quinta-feira (29/02). O presidente russo poderá aproveitar a oportunidade para anunciar o envio de tropas russas para esta região nas fronteiras da Europa.

Chisinau e a União Europeia (UE) criticam regularmente a Rússia por tentar desestabilizar a Moldávia, anteriormente na sua zona de influência, mas cujas autoridades estão orientadas para a Europa. Em dezembro de 2023, a UE decidiu abrir negociações de adesão com a Ucrânia e com a Moldávia.

Desde o início do ataque russo à Ucrânia, há dois anos, surgiram receios de um alargamento do conflito. Regularmente surgem conjecturas sobre um possível ataque russo da Transnístria em direção à grande cidade portuária ucraniana de Odessa, no Mar Negro.

No ano passado, as autoridades deste Estado autoproclamado acusaram Kiev de querer atacá-lo, depois de alegarem ter frustrado um ataque, em março, que tinha como alvo seus líderes. Na semana passada, o Ministério da Defesa russo voltou a garantir que a Ucrânia preparava uma “provocação armada” contra a Transnístria, mas sem apresentar provas.

O que é a Transnístria?

Em 27 de agosto de 1991, a República da Moldávia proclamou a sua independência, após a separação da União Soviética. Porém, este pequeno país da Europa do Leste seria muito rapidamente amputado de parte de seu território, já que quatro meses depois, a República Dniester da Moldávia se separava.

Com uma população atual de pouco mais de 500.000 habitantes, composta principalmente por eslavos orientais predominantemente de língua russa, esta região localizada do outro lado do rio Dnieper passou a funcionar muito rapidamente com total independência. A Transnístria, no entanto, não tem reconhecimento de outros países. Este território concentra uma grande parte da indústria moldava e tem sido liderado, desde a sua secessão, por líderes pró-Rússia que recusam qualquer aproximação com a União Europeia.

Em 2014, após a anexação da Crimeia pela Rússia, 96% dos eleitores votaram a favor da anexação durante um referendo, prova de que o sentimento pró-Rússia é dominante naquele país. Além disso, desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, ocorreram numerosos incidentes na Transnístria, suscitando receios de uma intervenção de Moscou. Muitos líderes europeus repetem constantemente que a situação na região é muito perigosa.


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