Análise da Estabilidade do Novo Governo de Portugal
Uma recente pesquisa de opinião realizada em Portugal revelou que cerca de metade dos cidadãos do país acredita que o atual governo, liderado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro do PSD (Partido Social Democrata), de centro-direita, não deve permanecer no poder por mais de um ano. Os resultados apontam que 26,1% dos participantes acreditam que o governo não completará sequer um ano, enquanto 25,8% apostam em uma duração de aproximadamente um ano. Apenas 14% dos entrevistados acreditam que a legislatura de quatro anos será cumprida.
A pesquisa conduzida pelo instituto Intercampus contou com a participação de 615 eleitores portugueses e reflete um cenário de incerteza em relação à estabilidade política no país.
O novo governo assumiu o poder em 2 de abril, após eleições antecipadas motivadas pela queda inesperada do governo de maioria absoluta de António Costa, do Partido Socialista, que renunciou ao cargo devido a acusações de corrupção. No entanto, as acusações feitas pelo Ministério Público têm sido contestadas pela Justiça portuguesa.
O primeiro-ministro Luís Montenegro comprometeu-se a não firmar acordos com o partido de ultradireita Chega durante sua campanha. No entanto, a presença significativa do Chega no Parlamento, com 50 deputados, tem complicado as negociações e alianças do governo de centro-direita.
Sem o apoio do Chega, os partidos de direita somam 88 deputados, três a menos do que as forças de esquerda. Isso tem levado o governo a buscar acordos com a oposição, principalmente com o Partido Socialista.
O novo governo já enfrentou obstáculos antes mesmo de sua posse oficial, com dificuldades para eleger o presidente do Parlamento. A necessidade de negociar com as diferentes forças políticas tem sido uma constante nesse início de mandato.
O desafio imediato será a elaboração do Orçamento de Estado para 2025. O fracasso na aprovação do orçamento poderia desencadear eleições antecipadas, como ocorreu no final de 2021 com o governo anterior.
Em um panorama político incerto, a estabilidade do novo governo de Portugal continua sendo questionada, e os próximos meses serão decisivos para a sua permanência e efetividade no poder.