Ministro aliado a Jair Bolsonaro é suspeito de envolvimento em relatório apócrifo para vincular ministros do STF ao PCC

Operação da Polícia Federal investiga suspeita de espionagens ilegais na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Bolsonaro

Uma operação da Polícia Federal tem como alvo a investigação de supostas espionagens ilegais na Abin durante o governo de Jair Bolsonaro. Um dos suspeitos é o advogado Ricardo Wright Minussi Macedo, que é apontado pela PF como autor de um relatório apócrifo que buscava vincular ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo as informações divulgadas, o advogado trabalha como assistente parlamentar do senador Alan Rick, aliado de Bolsonaro. O advogado foi citado no despacho do ministro do Supremo Alexandre de Moraes que autorizou a Operação Vigilância Aproximada – o principal alvo da ofensiva foi o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que hoje é deputado.

O documento de Moraes aponta Ricardo Wright como o responsável pelo relatório intitulado Prévia Nini.docx, que tenta relacionar os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes ao PCC, informações que circularam em grupos bolsonaristas. A PF afirma que, no governo passado, foi instalada uma “estrutura paralela” na agência de inteligência para monitorar pessoas adversárias de Bolsonaro e favorecer filhos do ex-presidente.

Ricardo Wright é funcionário comissionado do gabinete de Alan Rick. Ele foi nomeado pelo próprio senador e já trabalhava para Rick desde 2021, quando o acriano era deputado federal. O senador afirmou que não tem “qualquer gerência sobre as atividades privadas dos servidores” e confia na Justiça para esclarecer o caso. Rick já teve suas contas nas redes sociais bloqueadas sob suspeita de apoiar os atos do 8 de Janeiro, mas recuperou o acesso após intervenção do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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