Ministro anuncia cobrança de adiantamento de imposto sobre setores beneficiados pela desvalorização imposta pelo FMI

O governo argentino anunciou uma medida polêmica para enfrentar a crise econômica que assola o país. O ministro das Finanças, em entrevista coletiva, informou que será cobrado um adiantamento extraordinário de imposto dos setores que se beneficiaram da desvalorização imposta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com o ministro, a medida visa garantir a “ordem fiscal” e garantir que os setores mais privilegiados contribuam para a recuperação econômica do país. Os principais alvos dessa cobrança serão os bancos centrais, financeiras e seguradoras, considerados os grandes vencedores da desvalorização.

Especialistas apontam que a desvalorização, decretada em 14 de agosto, após os resultados desfavoráveis às eleições primárias governistas, acelerou o ritmo de aumento de preços na Argentina. Entre janeiro e agosto deste ano, o índice de preços ao consumidor já cresceu 80,2%, e a inflação acumulada nos últimos 12 meses ultrapassa os 120%.

O contexto político também se mostra instável. As eleições presidenciais, marcadas para 22 de outubro, apresentam dois candidatos em destaque: Massa, da coalizão governista Unión por la Patria, que lidera as pesquisas de intenção de voto, e Javier Milei, candidato de extrema direita, que surpreendeu nas primárias ao obter 30% dos votos.

Com a crise econômica e a incerteza política, o governo argentino busca alternativas para tentar estabilizar o país. A cobrança adiantada de impostos é uma das medidas adotadas, porém, sua eficácia ainda é incerta. Além disso, a opinião pública está dividida, com alguns apoiando a medida como uma forma de reduzir as desigualdades, enquanto outros a criticam por penalizar setores que já estão sofrendo com a crise.

Resta aguardar para ver como essa medida se desenrolará e quais serão os desdobramentos políticos e econômicos no país. Os resultados das próximas eleições serão cruciais para determinar o futuro da Argentina e a possibilidade de superação da crise atual.

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