Ministro de Jerusalém sugere uso de bomba atômica na Faixa de Gaza, causando polêmica no governo e na oposição.




Ministro de Jerusalém fala em bomba atômica na Faixa de Gaza e gera polêmica

Ministro de Jerusalém fala em bomba atômica na Faixa de Gaza e gera polêmica

Numa breve entrevista a uma rádio israelense, o ministro Amichai Eliyahu, encarregado dos assuntos de Jerusalém, disse que jogar uma bomba atômica na Faixa de Gaza é “uma opção”. Sua declaração logo gerou repercussão, levando à sua suspensão pelo primeiro-ministro Netanyahu e ao pedido de demissão do líder da oposição, Yair Lapid. Eliyahu tentou explicar que falou da bomba “metaforicamente”, mas a polêmica já estava instaurada. Jogar uma bomba atômica em Gaza seria algo claramente irracional, porém, Eliyahu trouxe à tona o poderio nuclear israelense, levantando questionamentos sobre o assunto.

Pensando além das teorias, num cenário de envolvimento do Irã na guerra, a situação seria completamente diferente e todos os envolvidos no conflito estão cientes disso.

Desde as explosões em Hiroshima e Nagasaki, em 1945, houve considerações sobre o uso de armas nucleares em campos de batalha. Além disso, entre 1950 e 1968, três presidentes americanos recusaram pelo menos uma dúzia de pedidos para o uso de artefatos nucleares em diferentes conflitos. Nesse cenário, um jovem professor americano chamado Henry Kissinger já discutia o uso de armas nucleares com baixo teor explosivo, como armas táticas.

No caso de Israel, a história de seu desenvolvimento nuclear é marcada pela clarividência, tenacidade e astúcia diplomática. O líder sionista David Ben-Gurion começou a tratar do assunto em 1945, logo após a explosão de Hiroshima, mesmo quando o Estado de Israel era apenas uma ideia. A partir de então, Ben-Gurion buscou cientistas para trabalharem no projeto. Anos depois, aos 29 anos, Shimon Peres tornou-se diretor do Ministério da Defesa e iniciou as conversas com a França para a construção de um pequeno reator em Israel. Em 1957, Peres fechou o acordo para a construção do reator em Dimona, no deserto do Neguev, apesar das suspeitas dos Estados Unidos sobre as reais intenções do reator.

Com o passar dos anos, Israel se tornou um dos países com maior estoque de artefatos nucleares, mesmo negando oficialmente a existência de tais armas. No entanto, a realidade é que Israel produziu e estocou esses artefatos por décadas, mantendo um segredo de polichinelo. Os inimigos de Israel, acreditando na ilusão de que o país se deixaria destruir sem usar todas as armas disponíveis, se veem confrontados com a realidade de uma possível utilização dessas armas em um contexto de conflito expandido.

O caso do ministro Amichai Eliyahu, ao tirar as bombas do armário, trouxe à tona a discussão da guerra em seu devido patamar. Enquanto as operações contra o Hamas em Gaza são uma realidade presente, a possibilidade de uma expansão do conflito, com a entrada do Irã, traz um risco completamente diferente. A declaração do ministro, mesmo utilizando metáforas, elevou o debate sobre as repercussões de um conflito ampliado na região.

Fonte: Artigo baseado em informações da mídia israelense


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo