Ministro do STF mantém proibição de comunicação entre investigados da Operação Tempus Veritatis, incluindo por meio de advogados.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, manteve a decisão que proíbe a comunicação entre os investigados da Operação Tempus Veritatis, que foi deflagrada pela Polícia Federal em 8 de novembro. Na determinação que proíbe a comunicação entre os suspeitos de tentar um golpe de Estado, o ministro também manteve a ressalva de que ela não poderá ocorrer “inclusive através de advogados”.

Essa manifestação de Moraes foi em resposta a uma petição apresentada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que viu ameaça de restrição ao exercício da profissão. A menção à proibição de comunicação “através” de advogados motivou a solicitação da OAB.

Em resposta ao pedido protocolado pela OAB, o ministro do STF afirmou que “diversamente do alegado pelo Conselho Federal da OAB, em momento algum houve proibição de comunicação entre advogados ou qualquer restrição ao exercício da essencial e imprescindível atividade da advocacia para a consecução efetiva do devido processo legal e da ampla defesa”.

O ministro argumenta que não proibiu a comunicação entre as defesas, mas sim que os advogados não sejam usados para que os investigados troquem informações ou combinem versões. A medida é comum em investigações criminais para evitar tentativas de obstruir o trabalho da polícia.

Na decisão atual, o ministro destacou que “os investigados não poderão comunicar-se entre si, seja pessoalmente, seja por telefone, e-mail, cartas ou qualquer outro método, inclusive estando vedada a comunicação dos investigados realizada por intermédio de terceira pessoa, sejam familiares, amigos ou advogados, para que não haja indevida interferência no processo investigativo”. Segundo ele, a medida é necessária para evitar combinação de versões e inibir “possíveis influências indevidas no ânimo de testemunhas e de outras pessoas que possam colaborar com o esclarecimento dos fatos”.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 16, a Ordem celebrou a resposta de Moraes, afirmando que o ministro decidiu “que não há proibição ou limite para as comunicações entre advogados de investigados em operações da Polícia Federal”.

O presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, afirmou, no comunicado, que a decisão do ministro é uma “vitória da advocacia” e afasta qualquer interpretação divergente, reforçando as prerrogativas da categoria. “Não se pode confundir o advogado com seus clientes e o texto original permitia que algumas pessoas tivessem essa interpretação. Agora, após atuação da Ordem, fica esclarecido que não há essa limitação, de acordo com o que dizem a lei e as prerrogativas”.

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