Ministros Barroso e Gilmar trocam ofensas em cerimônia, relembrando histórico de confrontos no STF

Ministros do STF trocam ofensas em cerimônia e reavivam bate-boca histórico

No Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes protagonizaram um momento de troca de gentilezas durante uma cerimônia realizada na última quinta-feira (28). No entanto, essa cordialidade não reflete a relação conturbada entre os dois, que já protagonizaram diversos embates durante sessões da corte.

Uma das principais divergências entre eles ocorreu dentro do contexto da Operação Lava Jato, em que Gilmar Mendes se destacou como um dos maiores críticos e Barroso como defensor. Em março de 2018, os ânimos se acirraram ainda mais durante uma sessão que debatia doações de campanha. Vale lembrar que, naquela época, o STF estava prestes a tomar uma decisão importante referente ao pedido de habeas corpus do atual presidente Lula no âmbito da Lava Jato.

Durante a discussão, Gilmar Mendes criticou, sem mencionar nomes, uma suposta tentativa de “dar uma de esperto” na abordagem dos temas no tribunal. Foi nesse momento em que Luís Roberto Barroso interrompeu e desferiu severas críticas ao colega: “Me deixe de fora desse seu mau sentimento. Você é uma pessoa horrível. Isso não tem nada a ver com o que está sendo julgado. É um absurdo Vossa Excelência fazer aqui um comício cheio de ofensas e grosserias. Já ofendeu a presidente, já ofendeu o ministro Fux, e agora chegou a mim”, afirmou.

A discussão prosseguiu com Barroso chamando Gilmar de “mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia” e declarando que ele é uma “vergonha” e uma “desonra” para o tribunal. Gilmar, por sua vez, respondeu recomendando que Barroso feche seu escritório de advocacia.

Essa não foi a primeira vez que os ministros protagonizaram embates públicos. Em outubro de 2017, Barroso acusou Gilmar Mendes de ter uma “parceria com a leniência em relação à criminalidade do colarinho branco”. Em resposta, Gilmar mencionou que Barroso foi responsável por soltar o petista José Dirceu e o provocou afirmando que não era advogado de “bandidos internacionais”, se referindo ao italiano Cesare Battisti, para quem Barroso atuava como advogado antes de se tornar ministro.

Essa relação conturbada entre os ministros revela os desentendimentos e divergências que permeiam o Supremo Tribunal Federal. Além disso, coloca em evidência a necessidade de um ambiente mais harmonioso e respeitoso dentro da corte, capaz de conduzir as discussões de forma produtiva e de garantir a imparcialidade e a excelência jurídica das decisões tomadas.

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