Morte misteriosa de Navalni desencadeia prisões de manifestantes em vigílias na Rússia; número de detidos chega a 212.




Notícias sobre prisões na Rússia

Ao menos 212 pessoas foram presas na Rússia por participarem de vigílias não autorizadas em homenagem ao líder opositor Alexei Navalni

A conta é da ONG de monitoramento de direitos humanos OVD-Info, e abrange detenções ocorridas na sexta e neste sábado (17). Elas ocorreram em dez cidades, e o maior número de presos foi registrado em São Petersburgo: 109 pessoas.

Os manifestantes participavam de vigílias, que a polícia considerou equivalentes a manifestações sem permissão da prefeitura—logo, sob as regras russas, ilegais.

Na capital, o monumento fica em uma área particularmente sensível: em frente à sede do FSB, o sucessor da temida polícia secreta KGB, na praça Lubianka (centro). Havia bastante policiais na região e as flores deixadas na sexta foram recolhidas à noite.

A morte de Navalni, 47, segue misteriosa. Governos ocidentais e oposicionistas russos culpam Vladimir Putin por ela, no mínimo devido às condições brutais de encarceramento na prisão conhecida como Lobo Polar, onde na sexta a temperatura chegou a -24ºC.

Reações e pronunciamentos sobre a morte de Navalni

Em São Petersburgo, um padre foi detido após anunciar que rezaria uma missa para Navalni, mas a Igreja Ortodoxa, alinhada ao Kremlin, veio a público dizer que o religioso não era seu integrante.

O jornal independente Novaia Gazeta, que foi fechado e agora opera online a partir da Europa, anunciou a transmissão pelo YouTube de uma missa ortodoxa em memória do ativista rezada em Dusseldorf (Alemanha).

Seu editor-chefe, o prêmio Nobel da Paz Dmitri Muratov, disse na sexta que considerou o falecimento do opositor de Putin “um assassinato”.

Detalhes sobre a morte de Navalni

A assessora do ativista, Kira Iarmich, disse neste sábado que a mãe de Navalni foi notificada oficialmente pelo governo da morte do filho. Mas o único necrotério da região em que fica a cadeia, no norte russo, ainda não recebeu o corpo do ativista, e Iarmich exigiu que as autoridades o liberem para a família.

Ainda não há detalhes da necropsia do ativista, que foi visto dois dias antes com boa aparência em uma audiência virtual com um juiz de Moscou. Iarmich afirmou que o resultado deverá ser divulgado só na semana que vem.

Segundo o Serviço Federal Prisional russo, ele morreu após desmaiar durante uma caminhada. Navalni cumpria uma pena de 30 anos e meio de cadeia, acusado de corrupção, desrespeito à corte e extremismo.


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