Movimento popular argentino mobiliza-se em defesa dos bens públicos e contra as propostas de privatização e cortes de gastos.

Na última quinta-feira, a Praça de Maio em Buenos Aires foi palco de uma manifestação que reuniu centenas de pessoas em protesto contra a eleição de Javier Milei e sua proposta de privatização de bens públicos. O movimento popular, que incluiu várias Mães da Praça de Maio, rejeita veementemente a ideia de privatização da educação, saúde e outras áreas públicas, assim como a paralisação de obras públicas e eliminação de fundos para as províncias.

O jornalista e locutor da Rádio das Mães da Praça de Maio, Daniel Rosso, expressou sua preocupação com as propostas de Milei, classificando-as como “inviáveis”. Em seu discurso, Rosso destacou a força do movimento popular e reafirmou o compromisso de resistir às políticas neoliberais que visam esvaziar o espaço público.

Entre os manifestantes, havia também ex-trabalhadores da YPF, empresa estatal de petróleo que foi recuperada nos anos kirchneristas após um processo de privatização nos anos 1990. Pablo Luna, um desses ex-trabalhadores, lembrou os impactos devastadores da privatização na vida de milhares de argentinos. Ele enfatizou: “Não quero que a história se repita” e alertou sobre os perigos das políticas propostas por Milei.

Além de reivindicar direitos humanos e trabalhistas, a manifestação também marcou o primeiro aniversário da morte de Hebe de Bonafini, presidenta da Associação das Mães da Praça de Maio. Sua memória foi homenageada em cartazes, discursos e lágrimas, ressaltando o legado de luta dessas mulheres.

A manifestação foi encerrada com um lembrete de Carmen de Guede, outra das Mães da Praça de Maio, que reforçou a tradição de se reunir todas as quintas para resistir e enfrentar os desafios vindouros.

O evento contou com a presença de centenas de manifestantes, representando uma forte demonstração de resistência às políticas propostas por Javier Milei. A mobilização foi marcada por discursos emocionados, cartazes e símbolos das Mães da Praça de Maio, evidenciando a determinação do movimento popular em defesa dos interesses públicos e do legado de luta pelo respeito aos direitos humanos.

Esta manifestação reflete a opinião de uma parcela significativa da população argentina, que se opõe veementemente à agenda neoliberal representada pela eleição de Milei e as propostas de privatização e cortes nos gastos públicos. A Praça de Maio mais uma vez se tornou um símbolo de resistência e luta, reafirmando a importância da mobilização popular na defesa dos direitos e interesses coletivos.

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