Natal em Gaza: Situação humanitária precária e falta de esperança em meio aos conflitos na região.

Natal em Gaza: a difícil celebração em meio ao sofrimento

O Natal deveria ser uma celebração, mas, este ano, Khalil Sayegh está achando difícil encontrar motivação para comemorar. Em meio ao sofrimento causado pelo conflito em Gaza, a mensagem de esperança e paz que a data representa parece distante para o padre da Igreja da Sagrada Família.

Em uma entrevista exclusiva para a RFI, o padre expressou sua preocupação com a situação na região. “É realmente difícil pensar sobre essa questão. Eu me pergunto se há algum motivo para se alegrar, se há algum motivo para ter esperança. Quando vemos que o mundo tolera, em pleno século 21, tal crime, tal nível de atrocidade, é difícil ter esperança. Mas a história do Natal é sobre Deus encarnado na forma de um homem que vem a esta terra. A mensagem é que Deus sente a dor das pessoas que vivem nesta Terra, sejam elas palestinas, israelenses, sejam de qualquer outra parte do mundo”, contou Sayegh ao repórter Guilhem Delteil, da RFI.

Pouco acesso a alimentos e água potável

A Igreja da Sagrada Família está localizada na parte norte do enclave palestino, onde o acesso à ajuda humanitária é ainda mais difícil. Apesar da resolução das Nações Unidas que pede a entrega de ajuda humanitária em “larga escala”, o número de caminhões que entram no território sitiado por Israel não aumentou.

“Há um problema de alimentação. Há muito pouca água potável. Também não há água para lavar ou tomar banho, o que também é um problema que pode causar todos os tipos de doenças. Algumas pessoas feridas pelo exército israelense ainda estão na igreja. O exército cercou o local. Eles poderiam ter fornecido atendimento médico. Mas não o fizeram. Eles não os retiraram. A Cruz Vermelha também não os retirou e eles ainda estão sangrando. Pode-se dizer que eles os estão matando aos poucos”, relatou o padre.

Enquanto o mundo celebra o Natal, os habitantes de Gaza enfrentam uma realidade brutal, marcada pela violência, falta de recursos básicos e um futuro incerto. Em um contexto tão desafiador, o apelo por solidariedade e compaixão se torna ainda mais urgente.

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