Negra Jhô: A mãe, mulher e sacerdotisa do Carnaval afro de Salvador, do Centro Histórico ao Pelourinho




Artigo sobre Negra Jhô

Uma Rainha no Pelourinho: Negra Jhô e sua Jornada Afro

Na esquina das ruas Gregório de Matos e Alaíde do Feijão, um exu, orixá dos caminhos e da comunicação, é alimentado no Pelourinho, em Salvador. Nesse mesmo cruzamento, Negra Jhô abre-alas para a estética afro em seu salão de beleza e pelos lugares que passa.

Com uma trajetória marcada por resistência e representatividade, Negra Jhô é uma figura emblemática no cenário cultural de Salvador. Desde 2003, ela é a “mãe, mulher, Maria-Olodum” e dança em frente ao bloco afro, que tem sua saída nesta sexta-feira de Carnaval (9) pelas ruas do Pelourinho. Além disso, desfila com o Bloco da Capoeira, Didá, Cortejo Afro e Ilê Aiyê, que em 2024 completa 50 anos.

A artesã capilar nasceu Valdemira Telma de Jesus Sacramento, em 1960, no Quilombo da Muribeca, no recôncavo baiano. “Nasci grande”, diz ela, afirmando que sempre teve consciência racial. O pai trabalhava na Petrobras e a mãe era dona de casa e militante. Ambos eram do candomblé, que ajudou a moldar seus ensinamentos de vida.

Jhô é conhecida por sua presença marcante e pelo trabalho autodidata, aprendendo a dançar e a fazer tranças, turbantes e comidas por si mesma. Além disso, ela é uma figura ativa na comunidade, organizando eventos culturais como a Feijhoada, um evento com feijoada e uma corte africana, que ocorre em setembro.

Além de seu engajamento cultural, Negra Jhô é uma voz que clama por respeito e representatividade para a população negra em Salvador. Ela enfrenta os desafios do dia a dia com determinação e coragem, buscando sempre ser uma referência e um exemplo para as futuras gerações.

Seu salão, localizado na Rua Alaíde do Feijão, 10, Pelourinho, Salvador, é um reflexo de suas raízes e sua personalidade forte. Ali, Negra Jhô recebe e acolhe aqueles que buscam mais do que um simples serviço estético, mas sim um verdadeiro encontro com a história e a cultura afro-brasileira.


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