Netanyahu promete estabelecer “passagem segura” para civis deslocados em Rafah, ameaçando ofensiva terrestre na cidade.

Primeiro Ministro de Israel promete estabelecer passagem segura em Rafah

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prometeu estabelecer uma “passagem segura” para os civis deslocados em Rafah, mantendo a ameaça de uma ofensiva terrestre na cidade, localizada no sul da Faixa de Gaza. Netanyahu reafirmou em entrevista sua intenção de estender a operação militar israelense para Rafah. Apesar de a comunidade internacional alertar para a possibilidade de um massacre na cidade que abriga metade dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza, Netanyahu disse à ABC News que iria dar continuidade ao plano.

Ele disse concordar com o governo americano de que a operação precisará levar em conta, em seu planejamento, o impacto sobre os civis. “Vamos fazer isso ao garantir a passagem segura da população civil, para que possam sair”, disse Netanyahu, segundo trechos da entrevista divulgados pela ABC.

Mas não está claro para onde poderiam ir tantas pessoas que estão amontoadas em barracas improvisadas na cidade que faz fronteira com o Egito. Netanyahu afirmou que as autoridades israelenses estão “trabalhando em um plano detalhado” para realocar os civis. Rafah é a única cidade de Gaza em que as forças israelenses não entraram desde o começo da guerra com o Hamas, embora a região tenha sido bombardeada diariamente. “Disseram que Rafah era segura, mas não é. Todos os lugares estão sendo atacados”, disse o palestino Mohamed Saydam depois de um ataque israelense que destruiu um veículo policial no sábado (10) em Rafah.

Netanyahu, que afirmou que a “vitória” sobre o Hamas só pode ser alcançada com a entrada de tropas em Rafah, ordenou na sexta (9) que suas forças se preparassem para a operação. O anúncio desencadeou uma onda de preocupação de líderes mundiais e organizações que atuam com direitos humanos.

“O povo de Gaza não pode desaparecer completamente”, escreveu a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, nas redes sociais. Já o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita alertou no sábado para as “repercussões muito sérias de um ataque em Rafah” e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.

A guerra de cinco meses tem gerado condenação crescente entre a opinião pública israelense. Uma multidão protestou na noite de sábado em Tel Aviv exigindo a libertação dos reféns, a renúncia de Netanyahu e a convocação de novas eleições. “Claramente Netanyahu está prolongando a guerra, não tem ideia do que fazer quando acabar”, afirmou o manifestante Gil Gordon.

O conflito também teve repercussões além de Israel e Gaza, com atos de violência de grupos aliados ao Hamas apoiados pelo Irã em todo o Oriente Médio. Um alto funcionário do Hamas sobreviveu a uma tentativa de assassinato atribuída a Israel no Líbano, disseram fontes de segurança palestinas e libanesas à agência de notícias AFP. Na Síria, ataques israelenses perto de Damasco resultaram em três mortes em um ataque a residências de autoridades militares e civis, disse o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

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