Netanyahu se aproveita de comparação feita por Lula para explorar a questão em meio ao escândalo do planejamento de golpe de estado por Bolsonaro.



O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem sido alvo de críticas após a ocorrência de ataques terroristas do Hamas contra Israel em outubro do ano passado. Netanyahu, que vem promovendo uma série de ataques contra civis inocentes na Faixa de Gaza, foi comparado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Adolf Hitler. Essa declaração de Lula desencadeou uma série de reações por parte do governo israelense e do bolsonarismo.

De acordo com observadores políticos, Netanyahu vem utilizando a estratégia de aprofundar o conflito com o objetivo de manter-se no poder. Ele tem sido criticado pela sua suposta incompetência em prever os ataques do Hamas, apesar de dispor de grandes recursos de inteligência. Além disso, a administração de Netanyahu tem transformado as críticas ao governo em críticas ao povo judeu, fazendo uso do antissemitismo no mundo para gerar simpatia e apoio.

Por sua vez, o bolsonarismo tem explorado a declaração de Lula nas redes sociais, principalmente entre os grupos evangélicos que têm em Israel um dos seus principais pilares de apoio. Lula está sendo retratado como o anticristo devido à sua comparação entre Netanyahu e Hitler. Isso acabou desviando a atenção do público do escândalo do suposto planejamento de golpe de estado por parte do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

O bolsonarismo tem utilizado a declaração de Lula para convocar os eleitores evangélicos de Bolsonaro para um ato na avenida Paulista, marcado para o dia 25 de fevereiro. A estratégia é transformar a manifestação em uma espécie de cruzada em apoio aos golpistas, enquanto Netanyahu usa os comentários de Lula como um ataque a Israel e ao povo judeu, intensificando ações de apoio ao governo brasileiro.

Diante disso, há evangélicos que se sentem desconfortáveis em participar de um evento cujo objetivo é defender o Estado Democrático de Direito mas que, na prática, visa encorajar a condenação e prisão de Lula. No entanto, esses mesmos indivíduos podem se sentir mais à vontade em participar de um ato de apoio a Israel, diante da forte influência e importância do país na comunidade evangélica.


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