Número de mortes por policiais militares em SP no primeiro trimestre de 2024 cresce 138% em relação a 2023, aponta dados oficiais.




Explosão de mortes causadas por policiais em São Paulo

Explosão de mortes causadas por policiais em São Paulo

No primeiro trimestre deste ano, o estado de São Paulo registrou um preocupante aumento no número de pessoas mortas por policiais militares em serviço. De acordo com dados oficiais divulgados pela gestão Tarcísio de Freitas, foram 179 casos nos primeiros três meses de 2024, contra 75 no mesmo período do ano passado. Isso representa um crescimento alarmante de 138%.

Os novos números, divulgados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) nesta segunda-feira (29), revelam o maior número de mortes em ações da PM no estado desde 2020, quando foram registradas 218 vítimas. No ano de 2022, foram contabilizados 74 casos.

Uma possível explicação para essa explosão de óbitos é a Operação Verão, realizada pela PM na Baixada Santista e finalizada no dia 1º de abril, totalizando 56 mortes. A incursão da PM na região teve início em dezembro, sendo intensificada após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo em fevereiro.

Essa escalada de mortes no litoral paulista gerou críticas à atuação da polícia, resultando até em uma denúncia ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) feita no mês passado pela Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns.

Diante das críticas, o governador afirmou que não se importa com as denúncias de abusos cometidos durante a Operação Verão, destacando que está tranquilo com as medidas adotadas. O cientista político e pesquisador da PUC-SP, Eduardo Viveiros de Freitas, criticou a falta de comando na polícia paulista e ressaltou a importância de uma política de segurança mais clara e controlada.

O Gaesp (Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial) abriu uma investigação para apurar denúncias de que os mortos na operação estariam sendo levados como vivos para hospitais, enquanto a Operação Verão já é a segunda ação mais letal da história da polícia de São Paulo, ficando atrás apenas do massacre do Carandiru em 1992.

Apesar das diversas contestações, o governo de Tarcísio afirmou que a operação resultou na prisão de 1.025 infratores, sendo quase metade procurada pela Justiça, além de 47 menores apreendidos. A nota da secretaria não se manifestou sobre os dados divulgados nesta segunda-feira.


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