De acordo com o historiador Manoel, a ascensão política de Lenin ao assumir a liderança da União Soviética é um marco diferenciado na história. Segundo ele, o maior feito de Lenin foi a habilidade de combinar a análise da realidade com a teoria e prática da revolução, algo que muitos teóricos contemporâneos não conseguem fazer.
No entanto, apesar do legado revolucionário de Lenin, o processo de contrarrevolução na Rússia teve um impacto significativo na forma como sua figura é vista hoje em dia. Segundo Manoel, políticos como Joseph Stalin e Vladimir Putin têm muito mais simpatia da população russa, especialmente devido ao processo de recuperação e estabilização do capitalismo, impulsionado por um nacionalismo conservador.
Putin, em particular, tem atacado constantemente a figura de Lenin, acusando-o de tentar destruir a Rússia como nação. Além disso, a intensa propaganda da mídia burguesa e de figuras políticas e acadêmicas tem contribuído para deixar de lado o legado de Lenin na Rússia.
Para Manoel, a falta de um partido revolucionário na Rússia e a neutralização das ideias políticas revolucionárias por parte do establishment burguês contribuíram para a descontinuação do pensamento leninista. Ele comparou a situação com a forma como o brasileiro médio vê Getúlio Vargas hoje em dia, como uma figura histórica sem peso político na luta de classes.
Apesar disso, o historiador reconhece a importância e protagonismo de Lenin na Revolução Russa e na formação da União Soviética. No entanto, ele observa que, como inspiração política para a classe trabalhadora russa nos dias de hoje, Lenin está em baixa. Manoel conclui afirmando que é natural a tentativa do establishment burguês de neutralizar qualquer magnetismo nas ideias políticas revolucionárias de Lenin.
