A revelação do bloqueio foi feita pelo Estadão e confirmada pelo Congresso em Foco por meio de fontes no STF. O ministro Juscelino é acusado de desviar recursos por meio de emendas parlamentares. Além do bloqueio de bens, a Polícia Federal solicitou a realização de uma operação de busca e apreensão na residência do ministro, pedido que foi negado por Barroso por considerar um passo muito drástico.
De acordo com a PF, Juscelino Filho e Luanna Rezende teriam utilizado cerca de R$ 5 milhões do antigo orçamento secreto para asfaltar uma estrada que serve às suas propriedades particulares em 2022. A suspeita ocorre tanto pela coincidência de localização quanto pela falta de concorrentes no processo de licitação, que teve apenas a empresa Construservice como candidata.
A defesa jurídica do ministro emitiu uma nota mais cedo, negando qualquer envolvimento em esquemas ilícitos. Segundo a nota, Juscelino Filho tem atuado em prol do interesse público e atendimento à população, ressaltando que ele não foi alvo de buscas e que o inquérito servirá para esclarecer os fatos. A defesa também destaca que as emendas parlamentares são instrumentos legítimos e democráticos do Congresso Nacional, e que o ministro está à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades.
O cargo de Juscelino Filho foi concedido pelo presidente Lula como forma de obter o apoio de partidos não-alinhados ao seu governo, especificamente o União Brasil. Esta é a segunda vez que o ministro enfrenta problemas judiciais no comando da pasta das Comunicações: entre fevereiro e março, ele esteve envolvido em denúncias de ocultação de patrimônio à Justiça Eleitoral e uso particular de voos oficiais. Apesar da crise, o presidente optou por mantê-lo no cargo.
A investigação em curso irá esclarecer os fatos e determinar a responsabilidade dos envolvidos. Até que isso ocorra, o bloqueio dos bens de Juscelino Filho permanecerá em vigor. A sociedade aguarda o desfecho desse caso, que mais uma vez coloca em evidência a corrupção no cenário político brasileiro.