Durante seu depoimento, Delgatti explicou detalhes de como pretendia colocar seu plano em prática. Ele revelou que planejava criar um código-fonte próprio, diferente do utilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que seria capaz de permitir a alteração dos votos registrados nas urnas eletrônicas. O hacker afirmou também que receberia uma urna eletrônica emprestada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para testar o funcionamento de seu aplicativo.
De acordo com Delgatti, a ideia por trás desse plano era mostrar à população que as urnas eletrônicas não eram tão seguras quanto afirmava o TSE. Ele alegou que seu objetivo era demonstrar ao país que, mesmo com todo o aparato de segurança adotado pelo tribunal, ainda seria possível manipular os votos e, consequentemente, comprometer a legitimidade das eleições.
Vale ressaltar que o sistema eletrônico de votação utilizado no Brasil é alvo de polêmicas e questionamentos há anos. Muitos críticos alegam que as urnas eletrônicas são suscetíveis a fraudes e, por isso, defendem a adoção de um sistema de votação físico, como o utilizado em outros países. Por outro lado, o TSE sempre garantiu a segurança do sistema e afirmou que todas as medidas necessárias são tomadas para evitar qualquer tipo de manipulação.
Diante disso, é fundamental considerar as consequências que o plano de Delgatti poderia ter, caso tivesse sido colocado em prática. A desconfiança em relação ao sistema de votação eletrônica poderia abalar as estruturas democráticas do país, colocando em xeque a lisura das eleições e a confiança da população no processo democrático.
No entanto, é importante destacar que o plano de Delgatti não se concretizou, uma vez que o hacker foi preso antes de conseguir colocar em prática suas intenções. Agora, cabe às autoridades investigarem a fundo o caso e identificarem se existem outros envolvidos nessa trama, bem como tomar as medidas necessárias para garantir a segurança das urnas eletrônicas e preservar a confiança dos eleitores brasileiros no processo eleitoral.