Ministro do STF proíbe tenente-coronel de se comunicar com ex-presidente Bolsonaro e ex-primeira-dama

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o tenente-coronel Mauro Cid, preso sob suspeita de integrar uma rede de ações para desacreditar o sistema eleitoral e evitar a posse do presidente Lula, não mantenha contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro e também com a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, juntamente com outros investigados. A decisão do ministro tem como objetivo evitar possíveis prejuízos ao andamento das investigações.

De acordo com a decisão, “a incomunicabilidade entre os investigados alvos das medidas é absolutamente necessária à conveniência da instrução criminal, pois existem diversos fatos cujos esclarecimentos dependem da finalização das medidas investigativas, notadamente no que diz respeito à análise do material apreendido e realização da oitiva de todos os agentes envolvidos”. A proibição foi oficializada por Moraes em seu despacho datado de quarta-feira (23).

O tenente-coronel Mauro Cid prestou depoimento novamente à Polícia Federal nesta sexta-feira (25), com duração de aproximadamente três horas. O interrogatório foi realizado em relação às declarações do hacker Walter Delgatti Neto à CPI no dia 8 de janeiro. No entanto, o advogado de Cid, Cezar Bintencourt, recusou-se a fornecer detalhes sobre o conteúdo do depoimento, limitando-se a afirmar que seu cliente falou “sobre os fatos” e não mencionou “nada de especial”.

As investigações apontam que Mauro Cid teve participação direta na tentativa de venda de joias recebidas por Bolsonaro de autoridades do Oriente Médio. Além disso, ele é considerado suspeito de fazer parte de uma rede que busca desacreditar o sistema eleitoral, visando evitar a posse do presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT).