O Posicionamento Favorável sepultou o sonho do Procurador Geral da República, Augusto Aras, de ser reconduzido ao cargo pelo ex-Presidente Lula.

Depois de passar quatro anos ajudando a cavar a cova em que Bolsonaro pretendeu enterrar a democracia brasileira, Augusto Aras tentava sair do buraco. Sonhava em ser reconduzido por Lula ao cargo de procurador-geral da República. Há uma semana, Aras foi recebido por Lula no Planalto. Conversaram por uma hora e meia. Embora suas chances fossem diminutas, Aras ainda cultivava o plano de um terceiro mandato. A Polícia Federal jogou terra em cima de Aras, sepultando definitivamente suas pretensões.

Ironicamente, coube ao próprio Aras produzir o material para sua lápide. A Polícia Federal extraiu dos porões do celular de um empresário protobolsonarista, o dono da construtora Tecnisa Meyer Nigri, o diálogo vadio que reforça a percepção de que a blindagem proporcionada por Aras a Bolsonaro era extensiva aos amigos do capitão.

Ao saber que poderia ser alvo de inquérito por difundir lixo antidemocrático nas redes, o empresário correu ao WhatsApp de Aras. Instado a dizer o que achou de uma representação do senador Randolfe Rodrigues, o antiprocurador produziu prova contra si mesmo: “…Mais um abuso do fulano”, sentenciou, antes de conhecer a petição do senador.

Esses diálogos comprometedores revelam a proximidade e a colaboração entre Aras e empresários simpáticos ao presidente Bolsonaro. As acusações de que o procurador-geral da República estaria protegendo o governo e seus aliados ganharam força com essa evidência. Aras, que já era criticado por sua atuação na PGR, agora enfrenta um cenário ainda mais adverso.

O encontro entre Aras e Lula também repercutiu negativamente, principalmente entre os apoiadores de Bolsonaro. Eles veem a aproximação de Lula como uma traição do procurador-geral, que deveria se manter imparcial e distante da política partidária. Essa visita apenas fortaleceu a narrativa de que Aras não é confiável e age de acordo com seus interesses pessoais.

Com essas revelações, fica cada vez mais claro o jogo de interesses nos bastidores do poder. Aras, um dos principais atores desse jogo, viu suas pretensões políticas serem destruídas pela própria Polícia Federal, que encontrou evidências de sua conduta duvidosa no celular de um empresário ligado ao bolsonarismo. Resta agora acompanhar as consequências disso no cenário político brasileiro e aguardar por possíveis desdobramentos jurídicos.

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