Operação Muditia desmantela esquema de fraude a licitações com influência do PCC em pelo menos 12 cidades paulistas, envolvendo R$ 200 milhões.

Na última terça-feira, uma operação policial surpreendeu 14 cidades paulistas ao desvelar um esquema de fraude a licitações envolvendo contratos de aproximadamente R$ 200 milhões. A juíza Priscila Devechi Ferraz Maia, da 5.ª Vara Criminal de Guarulhos, autorizou a ação após identificar “fortes indícios de autoria e participação dos investigados” nesse esquema, com possíveis ligações com a facção criminosa PCC. A decisão, contida em 14 páginas, destaca a prática de concorrência simulada por empresas do mesmo grupo em licitações, configurando a associação criminosa em licitações e contratos administrativos.

Além das empresas, funcionários e agentes públicos também são suspeitos de envolvimento no esquema. Três vereadores foram presos temporariamente, podendo a prisão ser convertida em preventiva. Outros políticos e servidores públicos, como o ex-presidente da Câmara Municipal de Arujá e uma assessora da prefeitura de Cubatão, estão sob investigação por suposto recebimento de propinas.

A força-tarefa, que mobilizou promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e policiais militares, realizou buscas em diversos órgãos públicos e endereços de investigados. Conversas grampeadas anteriormente também revelaram indícios de direcionamento de licitações para beneficiar o grupo investigado.

Diversas empresas estão na mira do Ministério Público, sendo que os investigadores apontam Vagner Borges Dias como o “cabeça” do esquema. Outro suspeito, Márcio Zeca da Silva, é visto como figura central no esquema, até mesmo vinculado a atividades do PCC.

Em meio aos desdobramentos, as Câmaras Municipais de Arujá, Santa Isabel e Cubatão, assim como a Prefeitura de Cubatão, emitiram notas se colocando à disposição da Justiça para colaborar com as investigações. A operação, denominada Muditia, segue em andamento, com diversas frentes de atuação para desvendar os crimes e responsabilizar os envolvidos.

Até o momento, as defesas dos citados não foram encontradas para manifestações sobre as acusações. O caso segue em sigilo de justiça, com as autoridades empenhadas em esclarecer todas as irregularidades descobertas até agora.

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