Operação Verão: suspeito morre em confronto com policiais em Santos, elevando para 31 o número de mortos na Baixada Santista.






Homem morre em confronto com policiais em Santos

Um homem morreu na madrugada desta quarta-feira (21) em suposto confronto com policiais militares em Santos (SP), elevando para 31 o número de suspeitos mortos na Baixada Santista durante a Operação Verão, iniciada após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, no dia 2.

Conforme informações da SSP (Secretaria da Segurança Pública), o indivíduo, ainda não identificado, teria atirado contra policiais militares na avenida Nossa Senhora do Monte Serrat.

“Policiais militares estavam em uma operação na região quando avistaram dois suspeitos armados, que ao perceberem a aproximação da equipe, atiraram contra eles. Em resposta, os policiais intervieram. Um dos homens foi atingido e o comparsa conseguiu fugir. O suspeito ferido foi socorrido à Santa Casa da cidade, porém não resistiu aos ferimentos”, diz trecho da nota divulgada pela SSP.

O homem estaria com uma pistola calibre 45, além de uma mochila que continha pequenos tubos com substância em pó. Além disso, ele portava dois celulares.

As armas dos policiais foram encaminhadas para perícia, e o caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio na Central de Polícia Judiciária de Santos.

A quantidade de óbitos torna a Operação Verão 2024 a segunda ação mais letal da história de São Paulo, ficando atrás apenas do massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos durante a invasão da Casa de Detenção, em 2 de outubro de 1992.

O número de homicídios registrados na Baixada entre os dias 3 e 21 de fevereiro já é superior ao de 40 dias de Operação Escudo, realizada na mesma região entre 28 de julho e 5 de setembro. Durante a Operação Escudo, 28 pessoas foram mortas após o assassinato do também soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30, que foi baleado em Guarujá. Assim como Cosmo, Reis estava em serviço ao ser atingido.

Apesar de terem nomes diferentes, Verão e Escudo são operações policiais semelhantes, concentrando esforços principalmente nas periferias das cidades de Santos, São Vicente e Guarujá, e contam com a presença de praças e oficiais lotados na capital, como da Rota e do 3º Batalhão de Choque.

Além disso, o tipo de material apreendido e apresentado pelos policiais é comum às duas operações, incluindo armas, drogas e rádios comunicadores.

Apesar disso, a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, critica as operações, afirmando que há denúncias de abuso e violência policial. Ela aponta relatos de execuções sumárias, destruição de câmeras de vigilância das ruas e não utilização de câmeras corporais por policiais. Segundo Bueno, a SSP tem dado margem para que maus policiais pratiquem arbitrariedades sob o pretexto de combater o crime organizado.

Em resposta, a SSP declarou que as forças de segurança do estado agem de acordo com a lei e estão prontas para formalizar e apurar qualquer denúncia contra agentes públicos, mantendo o compromisso com a legalidade, os direitos humanos e a transparência.

Segundo dados da segurança, a Operação Verão resultou na prisão de 706 criminosos, além da apreensão de mais de meia tonelada de drogas e 81 armas ilegais, com o objetivo de combater à criminalidade e garantir a segurança da população.


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