Reforma econômica na Argentina
A oposição rejeita a extensão e o alcance dos “poderes delegados”, que permitem governar por decreto e que Milei exigiu para introduzir as reformas que foram excluídas na Lei. A situação propôs limitá-los a um ano e excluir os temas tributários e previdenciários.
O texto original da Lei Ônibus garantiria a Milei um corte nos gastos públicos de cerca de 5% do PIB, promessa que agora ele afirma alcançar com outras medidas de ajuste.
Desde que assumiu a Presidência há 50 dias, Milei concentrou suas reformas na Lei Ônibus e em um “megadecreto”, com os quais pretende redefinir o sistema econômico e modificar centenas de normas e leis, visando reverter uma crise que mantém mais de 45% dos argentinos na pobreza, com uma inflação anual de 211% em 2023.
Milei já avançou com uma desvalorização em 50% do peso e a liberação de todos os preços da economia, acelerando a inflação para 25,5% em dezembro.
Além disso, resgatou o programa de crédito de 44 bilhões de dólares (R$ 217,3 bilhões) com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que elogiou esses primeiros ajustes, mas previu uma recessão de 2,8% na economia argentina em 2024.
Após ser eleito, Milei reconheceu que o país entraria em uma fase de “estagflação”, com duração prevista de dois anos.