Prêmio Nobel Mario Vargas Llosa compartilha seu maior medo em entrevista: perder a visão e não poder ler até o fim da vida





Artigo sobre Mario Vargas Llosa

O medo de perder a visão e a superação através da leitura

Recentemente, em uma entrevista à TV Espanhola, o renomado escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do prêmio Nobel de literatura, compartilhou seu maior medo: perder a visão. Aos 88 anos, ele expressou sua preocupação em não poder mais desfrutar da leitura até o final de sua vida. Essas palavras ressoaram comigo, pois também enfrento desafios semelhantes devido à perda quase total da visão.

Minha jornada para manter os livros como parte essencial da minha vida começou anos atrás, quando a visão começou a diminuir significativamente. Utilizei lupas eletrônicas, que ampliavam os textos, mas logo percebi suas limitações. Em seguida, recorri a escanners para digitalizar os textos e convertê-los em voz. Embora fosse um avanço, o processo era lento e muitas vezes incompleto, deixando trechos das páginas sem registro.

Com a evolução da tecnologia, passei a utilizar aplicativos de leitura em celulares e tablets, o que se mostrou uma experiência revolucionária. A possibilidade de ajustar a velocidade da leitura e navegar facilmente pelo texto tornou a leitura mais acessível e prazerosa.

A era dos livros digitais trouxe uma ampla gama de títulos disponíveis para pessoas com deficiência visual, facilitando o acesso a autores renomados como Annie Ernaux, Milan Kundera, Rubem Alves, e muitos outros. Além disso, os audiolivros e grupos de leitura em áudio se tornaram cada vez mais populares, proporcionando opções diversificadas para desfrutar da literatura.

Não podemos esquecer do sistema braille, uma invenção do Século 19, que continua sendo uma opção valiosa para aqueles que preferem ler com as mãos. A leitura tátil é essencial, especialmente durante o período de alfabetização, para garantir o aprendizado correto da grafia das palavras.

Em resumo, a leitura se transformou de uma atividade limitada pela falta de acesso em uma das mais acessíveis para pessoas com deficiência visual. Seja através da audição, do tato ou da tecnologia, a paixão pelos livros não precisa ser diminuída pela perda da visão. Todos podem continuar explorando novas histórias e conhecimentos, independentemente das barreiras visuais.


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