Presidente argentino Milei critica movimentos políticos em discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos e recebe aplausos calorosos.

O presidente argentino Javier Milei critica movimentos políticos em discurso no Fórum Econômico Mundial

No palco do Fórum Econômico Mundial, o presidente argentino Javier Milei fez um discurso polêmico no qual culpou todos os movimentos políticos, exceto o seu próprio, pelas dificuldades do Ocidente. Milei afirmou que independentemente de serem comunistas, fascistas, nazistas, socialistas, social-democratas, nacional-socialistas, democratas cristãos, neo-keynesianos, progressistas, populistas, nacionalistas ou globalistas, todos eles defendem a ideia de que o Estado deve controlar todos os aspectos da vida dos indivíduos.

Apesar da surpresa dos presentes, o discurso de Milei recebeu uma recepção calorosa, com aplausos substantais e elogios de participantes influentes do Fórum. Executivos corporativos destacaram a postura firmemente pró-negócios de Milei, enquanto a elite de Davos foi repreendida por ter perdido o rumo da economia.

Além disso, o discurso ecoou comentários positivos do FMI, que, mesmo sendo um grande credor da Argentina, concordou em liberar fundos após o governo de Milei buscar reduzir o déficit e desvalorizar o peso. Gita Gopinath, diretora-gerente adjunta do FMI, elogiou a nova administração por agir audaciosamente para corrigir distorções na economia do país.

Apesar das críticas, Milei parece ter conquistado a confiança de muitos participantes do Fórum, incluindo o número dois do JPMorgan, Daniel Pinto, que estava otimista em relação à administração de Milei. No entanto, algumas especulações sobre o apoio da elite empresarial a Milei foram levantadas, questionando se a motivação por trás dos elogios seria meramente interesses comerciais.

De volta à Argentina, Milei enfrentou a necessidade de fazer concessões em seu amplo projeto de reforma que está em debate no congresso, no qual seu partido detém uma minoria de assentos. A privatização da estatal de petróleo YPF não está mais incluída, sinalizando que o político libertário pode ter que fazer concessões às forças que ele tão rapidamente criticou no Fórum Econômico Mundial.

Apesar das controvérsias, muitos acreditam que as ideias radicais de Milei serão amenizadas por uma equipe madura ao seu redor, que já causou boa impressão em uma reunião privada com CEOs. Resta aguardar para ver como a administração de Milei irá conduzir as reformas e se conseguirá conciliar suas promessas eleitorais com as necessidades do país.

Folha Mercado

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