A declaração veio depois que uma resolução proposta pelo Brasil foi vetada pelos Estados Unidos, que afirmaram que o texto não mencionava o “direito de autodefesa de Israel”. A proposta brasileira buscava uma pausa nos bombardeios em Gaza para permitir o acesso humanitário e condenava os ataques terroristas do Hamas.
Apesar do veto, a proposta recebeu 12 votos favoráveis, incluindo os de dois membros permanentes do conselho: China e França. O próprio Brasil, autor do texto e atual presidente transitório do Conselho de Segurança, votou a favor, juntamente com Albânia, Equador, Emirados Árabes Unidos, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça.
Essa não é a primeira vez que o sistema de veto no Conselho de Segurança é criticado. Muitos argumentam que ele perpetua injustiças e impede que a comunidade internacional tome medidas efetivas em questões urgentes, como o conflito entre Israel e Palestina.
Em seu discurso, o presidente brasileiro também ressaltou a importância de se buscar um acordo de paz permanente na região. Ele propôs a criação de uma mesa de diálogo para negociar os termos desse acordo.
Apesar do veto dos Estados Unidos, a resolução brasileira ainda pode ser aprovada caso alcance maioria simples no conselho. Dois membros permanentes, Reino Unido e Rússia, se abstiveram de votar, o que indica uma possível abertura para a proposta brasileira.
Essa discussão sobre o poder de veto no Conselho de Segurança não é nova e deve continuar sendo debatida. A pressão por reformas no sistema vem aumentando nos últimos anos, com muitos países defendendo um maior equilíbrio de poder e uma representação mais justa nas decisões globais de segurança.
É importante notar que esse veto não é exclusivo do Brasil. Outros países que já tiveram propostas vetadas no passado também expressaram insatisfação com o sistema atual. Resta aguardar como essa discussão será desenvolvida e se haverá alguma mudança no futuro.