Lei para redefinir regras
O governo ucraniano liderado por Zelensky está gerando controvérsias ao submeter uma nova lei ao Parlamento que propõe alterações significativas nas condições de recrutamento. A data escolhida para a submissão da proposta, durante o Natal, levantou questionamentos sobre a transparência do processo, visto que a estratégia aparentemente foi evitar qualquer discussão pública.
Surpreendentemente, o projeto de lei não foi disponibilizado na íntegra no site da Rada, o Parlamento ucraniano. A falta de transparência e informações detalhadas sobre o conteúdo da proposta tem gerado desconforto e suspeitas sobre as reais intenções por trás das mudanças propostas. Apenas informações resumidas foram divulgadas, como a intenção de reduzir a idade de recrutamento de 27 para 25 anos, a eliminação dos gabinetes de recrutamento e a notificação de mobilização por e-mail.
No entanto, a imprecisão e a falta de clareza sobre a mobilização das mulheres têm gerado ainda mais controvérsias. Declarações contraditórias por parte de figuras do governo, como o ministro da Defesa Rustem Umerov e seus assessores de imprensa, têm contribuído para o clima de incerteza e desconfiança em relação à proposta em questão.
Além disso, há relatos de que o partido do presidente, Servidor do Povo, orientou seus deputados a não comentarem publicamente sobre a lei de mobilização, redirecionando questionamentos sobre o assunto para o comando militar. Essa atitude levanta questionamentos sobre a transparência do governo em relação ao debate público sobre a proposta e o papel dos legisladores nesse processo.
Em meio a esse cenário, o chefe do Exército da Ucrânia, Valeri Zaloujny, desobedeceu às ordens do partido do presidente e expressou publicamente sua frustração com o trabalho dos escritórios de recrutamento militar, durante uma rara entrevista coletiva realizada na terça-feira (26).
