Presidente denuncia ‘ataque contra o Kosovo’
Na manhã de hoje, a presidente do Kosovo, Vjosa Osmani, denunciou o que chamou de “ataque contra o Kosovo”. A Sérvia se recusa a reconhecer a independência desta região, que já foi sua província no passado. O Kosovo possui uma população de 1,8 milhão de habitantes, sendo a maioria albanesa, mas também abrigando cerca de 120 mil pessoas de origem sérvia, concentradas principalmente no norte do país.
Segundo a presidente, estes ataques demonstram o poder desestabilizador dos grupos criminosos organizados pela Sérvia, que têm desestabilizado o Kosovo e a região há muito tempo. Em um comunicado, ela pediu aos aliados que apoiem o país em seus esforços para estabelecer a paz, a ordem e preservar a soberania sobre toda a República do Kosovo.
Por sua vez, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, anunciou que se pronunciará para “desacreditar todas as mentiras e teorias da conspiração de Albin Kurti, que apenas criam o caos e o inferno”. Há uma tensão crescente entre os dois países desde a guerra do Kosovo, que ocorreu entre 1998 e 1999 e resultou na morte de 13 mil pessoas, principalmente albanesas.
UE pede punição de responsáveis
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, condenou o ataque contra os agentes da polícia do Kosovo em sua conta na rede social X. Segundo Borrell, os responsáveis devem ser julgados. A comunidade internacional tem instado a redução da tensão entre as duas partes e ressaltado que a adesão de Belgrado e Pristina à União Europeia pode ser comprometida por este ressurgimento das hostilidades.
As tentativas de diálogo entre o primeiro-ministro do Kosovo e o presidente sérvio nos últimos dias falharam, pois o lado sérvio deseja obter uma forma de associação das comunidades sérvias no norte como condição prévia para qualquer discussão, enquanto Pristina exige o reconhecimento da independência do Kosovo por Belgrado.
No mês passado, durante um discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente sérvio acusou o Ocidente de hipocrisia, argumentando que o reconhecimento do Kosovo se baseava nos mesmos argumentos que a Rússia utilizou para invadir a Ucrânia.
