Presidente do Brasil, Lula, compara ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto em crise diplomática com governo israelense.




Netanyahu condena Lula

Netanyahu condena Lula

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou neste domingo (18) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “cruzou a linha vermelha” ao comparar as ações do país na Faixa de Gaza ao extermínio de 6 milhões de judeus por Adolf Hitler durante o Holocausto.

Netanyahu chamou as palavras de Lula de “vergonhosas e graves”, alegando que banalizam o Holocausto e prejudicam o povo judeu e o direito de defesa de Israel. Além disso, anunciou que irá convocar o embaixador brasileiro em Israel para uma “dura conversa de repreensão”, juntamente com o Ministro das Relações Exteriores Israel Katz.

No mesmo dia, em discurso na Conferência dos Presidentes das Principais Organizações Judaicas Americanas, Netanyahu voltou a criticar Lula, afirmando que o presidente “desonrou a memória de 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas e demonizou o Estado judeu como o antissemita mais virulento”.

As declarações de Lula ocorreram durante uma entrevista na Etiópia, na qual o ex-presidente afirmou que as ações militares de Israel na Faixa de Gaza configuram um genocídio, comparando-as às ações de Hitler contra os judeus durante o Holocausto. Essas afirmações geraram uma nova crise diplomática com Israel.

Além de Netanyahu, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, condenou as declarações do governo brasileiro, chamando-as de “ultrajantes e abomináveis”. O presidente de Israel, Isaac Herzog, também publicou mensagens condenando a “distorção imoral da história”. Já a Conib (Confederação Israelita do Brasil) e a Federação Israelita do Estado de São Paulo lamentaram a fala de Lula, classificando-a como “maldosa” e “de uma maldade sem fim”.

Lula na cúpula da União Africana

Na Etiópia, Lula discursou na sessão de abertura da cúpula da União Africana, teve eventos oficiais com o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, e realizou uma série de reuniões bilaterais com líderes do continente. Durante a viagem, a situação na Faixa de Gaza foi o principal tema, mas o próprio presidente minimizou seu poder de influência para estabelecer um cessar-fogo.

Esses acontecimentos ocorrem após críticas anteriores de Lula ao governo israelense, proferidas durante sua estadia no Egito, onde também manteve encontros oficiais com o ditador Abdel Fattah al-Sisi e discursou na Liga Árabe.


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