Presidente do INSS afirma que sumiço de requerimentos ocorreu porque “alguém deixou [os pedidos] numa gaveta” e promete investigação.







Presidente do INSS afirma que sumiço de requerimentos ocorreu por negligência

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, reconhece que 223,6 mil requerimentos de benefícios sumiram da fila de espera. Segundo ele, a falha ocorreu porque “alguém deixou [os pedidos] numa gaveta”. O problema, de acordo com Stefanutto, foi herdado do governo anterior e ainda está em processo de apuração interna para determinar a causa.

O órgão informou que os requerimentos estavam vinculados a uma unidade desativada dentro do sistema, o que fez com que não fossem visualizados por nenhum servidor do INSS, apesar de constarem como “em análise” para os beneficiários. Essas solicitações seriam todas de benefício por incapacidade.

Stefanutto admite ainda que 49 mil pedidos que já haviam passado por perícia médica foram encaminhados para ajustes cadastrais e ficaram retidos indevidamente, sem gerar tarefa para os servidores. As falhas foram detectadas quando o Ministério da Previdência lançou o Portal da Transparência Previdenciária.

Diante desses problemas, o atual presidente do INSS afirmou que os pedidos foram reincorporados à fila e que a área técnica está produzindo um relatório sobre o caso. Ele ainda destacou que, se constatado que o sumiço foi por erro sistêmico ou negligência, as devidas correções e sanções serão aplicadas.

O ex-ministro José Carlos Oliveira, que comandou o INSS e o Ministério da Previdência, foi procurado para comentar as diferenças nas estatísticas, mas preferiu não se pronunciar. Oliveira afirmou, no entanto, que em sua gestão sempre prezou pela transparência, mesmo que houvesse diferenças nas estatísticas.

Após as correções, o estoque de requerimentos se mantém na casa de 1,6 milhão, contrariando a expectativa do governo de reduzir a quantidade de pessoas em espera. A metodologia do boletim estatístico do INSS foi revista para convergir com os números do Portal da Transparência, passando a retratar não só os requerimentos administrativos, mas também os que dependem da perícia médica.

Diante das discrepâncias entre sistemas e das falhas na gestão dos benefícios previdenciários, que representam a maior despesa do Orçamento, o presidente do INSS assegura que está trabalhando para resolver as pendências e garantir que os requerimentos sejam analisados e atendidos no menor tempo possível. É aguardada a conclusão do relatório da área técnica para que as devidas providências sejam tomadas.


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