Presidente do Paraguai suspende importação de armas em região de fronteira com o Brasil para combater insegurança

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, decidiu tomar medidas para combater a insegurança na região fronteiriça, suspendendo a importação de armas. Ele anunciou essa decisão na sexta-feira (27), afirmando que tem sido duro em relação à importação de armas e solicitou a suspensão dessa prática. O presidente assinou um acordo de combate ao crime organizado com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e destacou que a importação de armas é um grande problema tanto para o Paraguai quanto para o Brasil.

Essa não é a primeira vez que o Paraguai suspende a importação de armas. Em 2018, durante o governo de Horacio Cartes, a importação foi suspensa, mas foi posteriormente restabelecida com o governo de seu sucessor, Mario Abdo Benitez. O presidente Peña, ex-ministro da Fazenda de Cartes, acredita que a maior parte das armas que entram legalmente no Paraguai acabam nas mãos de grupos criminosos atuantes no Brasil. Ele afirma que serão implacáveis com aqueles que não estiverem à altura do desafio.

Flávio Dino ressaltou que o crime organizado é atualmente o maior desafio à ordem jurídica democrática e que ações conjuntas são necessárias para combatê-lo. O objetivo desse acordo é enfrentar, principalmente, as organizações brasileiras do crime organizado, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, que possuem uma forte presença no Paraguai. Para combater esses grupos, estão previstas ações coordenadas entre as autoridades penitenciárias brasileiras e paraguaias nas prisões.

Autoridades paraguaias destacaram que essas organizações criminosas são verdadeiras multinacionais do crime, possuindo informações, tecnologia, poder de fogo e uma quantidade incontável de dinheiro. O ministro do Interior, Enrique Riera, considerou a insegurança na fronteira como uma epidemia e afirmou que o Estado paraguaio se unirá para enfrentar aqueles que ameaçam a democracia.

A fronteira do Paraguai com o Brasil e a Argentina é considerada um dos corredores de contrabando mais movimentados do mundo devido a uma combinação de diferenças de preços, corrupção de funcionários e impunidade generalizada. Essa situação contribui para o fluxo de armas e outros produtos ilícitos pela região.

Com a suspensão da importação de armas e a assinatura desse acordo de combate ao crime organizado, o Paraguai busca enfrentar de forma efetiva a insegurança na fronteira e desmontar essas organizações criminosas que estão atuando na região.

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