Presidente do Peru é atacada por mulher em evento oficial

No último sábado (20), a presidente do Peru, Dina Boluarte, foi alvo de um ataque durante um evento oficial na cidade andina de Ayacucho. A região foi palco de protestos que resultaram na morte de dez pessoas contra o governo de Boluarte no final de 2022.

O ataque aconteceu durante a cerimônia de colocação da primeira pedra do asfalto de uma estrada no bairro de Chiara, situado a cerca de 570 km ao sudeste de Lima, em Ayacucho.

Boluarte estava acompanhada do governador regional de Ayacucho, Wilfredo Oscorima, distribuindo doces para a população quando foi agredida por uma cidadã identificada como Ruth Bárcena, que entrou furtivamente no local com outra mulher. A agressora agarrou e puxou os cabelos de Boluarte, conforme imagens veiculadas na televisão.

Após o tumulto, a polícia e a segurança do Estado intervieram, resultando na detenção de uma das agressoras, enquanto a presidente tentava se recuperar do ataque.

Ruth Bárcena acusou Boluarte de ser responsável pela morte de seu marido, Leonardo Ancco, uma das vítimas dos protestos em Ayacucho em 15 de dezembro de 2022. Durante a sua prisão, Bárcena afirmou: “Mataram meu marido, vou ficar tranquila?”

O ministro do Interior, Víctor Torres, anunciou que medidas disciplinares severas serão tomadas contra os responsáveis pela segurança da presidente, afirmando que o pessoal de escolta será dispensado.

O Chefe de Gabinete Alberto Otárola também se manifestou, condenando veementemente o ataque à presidente Dina Boluarte, classificando o incidente como grave.

Esta foi a primeira vez que a presidente retornou a Ayacucho desde que os protestos resultaram em cinquenta mortes em todo o país, sendo que cerca de vinte delas teriam sido provocadas pelas forças do Estado, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Os protestos de dezembro de 2022 eclodiram após o ex-presidente Pedro Castillo ser deposto e preso enquanto tentava fechar ilegalmente o Congresso. A então vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo rapidamente, mas dezenas de pessoas morreram nos protestos que se seguiram, principalmente no sul do Peru.