Presidente Lula faz campanha antecipada para Boulos em evento sindical em São Paulo, gerando polêmica e possível multa eleitoral.





Candidatura antecipada marca evento de 1º de Maio em São Paulo

O evento do 1º de Maio, organizado pelas centrais sindicais em São Paulo, teve uma baixa presença de público, mas se destacou por se tornar um palco explícito para a campanha eleitoral antecipada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou votos e referiu-se ao ainda pré-candidato à Prefeitura, Guilherme Boulos (PSOL), como candidato, infringindo a legislação eleitoral. O episódio ocorreu durante um discurso no estádio do Corinthians, na zona leste da cidade, onde os participantes também receberam panfletos contrários ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que é pré-candidato à reeleição.

A Presidência da República foi procurada para comentar, porém não se manifestou sobre o assunto. Adversários políticos anunciaram que pretendem recorrer à Justiça contra o presidente e o pré-candidato do PSOL.

No palco do evento, Lula fez um apelo direto aos eleitores ao chamar Boulos de candidato, mesmo antes do período de convenções e registros de candidatura, que só se iniciam em julho. O pedido explícito de votos a um pré-candidato é vedado pela Lei das Eleições, conforme estabelece o artigo 36-A, que prevê punições em caso de descumprimento.

O advogado e especialista em direito eleitoral, Rodrigo Cândido Nunes, afirmou que houve um pedido explícito de votos, o que configura propaganda eleitoral antecipada, sujeita a multa de acordo com os regulamentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A coordenadora-geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, Vânia Aieta, explicou que tanto o presidente quanto Boulos podem ser multados por conta da ação no evento, que demonstrou claramente a promoção eleitoral.

Por sua vez, os adversários de Boulos manifestaram descontentamento com o ocorrido e anunciaram que irão buscar medidas legais para responsabilizar os envolvidos por propaganda eleitoral antecipada. O MDB, partido de Nunes, informou que moverá uma ação na Justiça Eleitoral visando a aplicação de multas a Lula e Boulos.

Além disso, os também pré-candidatos Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União Brasil) afirmaram que ingressarão com ações judiciais contra Lula e Boulos. O clima eleitoral intenso marcou o evento do 1º de Maio em São Paulo

Panfletos distribuídos durante o evento exaltavam Boulos e criticavam Nunes, revelando um forte viés político. Notícias relacionadas ao PSOL e a Boulos também estavam estampadas em jornais próximos ao local, realçando a dinâmica eleitoral presente no evento.

Em meio a esses acontecimentos, o presidente sancionou o reajuste da tabela do Imposto de Renda, medida que ganha destaque por sua popularidade junto à população. O ajuste influencia diretamente a faixa de isenção para trabalhadores com salários mais baixos, mas também representa desafios para as contas públicas do país.

Lula manifestou o compromisso de elevar o valor da isenção do IR para R$ 5 mil até o final do mandato, visando beneficiar especialmente a população de baixa renda e equilibrar a tributação no país. Apesar das correções recentes na tabela do IR, a defasagem histórica em relação à inflação continua a impactar a classe trabalhadora, demandando uma reforma mais profunda no sistema tributário nacional.

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