Professora presa injustamente por crime de extorsão no Rio de Janeiro volta para casa após oito dias na cadeia.





Professora é presa injustamente no Rio de Janeiro

Professora é presa injustamente no Rio de Janeiro

Depois de passar oito dias dentro de uma cela num presídio no Rio de Janeiro, Samara Araújo, uma professora de matemática, foi presa por um crime que não cometeu e tenta lidar com as marcas de um erro.

A jovem, de apenas 23 anos, voltou para a casa na zona rural de Rio Bonito nesta sexta-feira (1º) após deixar a cadeia feminina de Benfica, na zona norte da capital fluminense, ao lado do filho de dois anos e do noivo. Samara afirma ainda estar abalada e com medo de que possa ser tirada da sua família novamente.

Segundo a investigação, ela foi presa no dia 23 de novembro por suspeita de participar de um crime de extorsão ocorrido na Paraíba, em setembro de 2010. No entanto, as autoridades não se atentaram para o fato de que Samara tinha apenas dez anos na época do crime.

A família conseguiu provar o equívoco à Justiça da Paraíba, e a prisão foi revogada no último dia 28. O juiz substituto Rosio Lima de Melo, da 6ª Vara Mista da cidade de Sousa, decidiu expedir o alvará de soltura reconhecendo o erro.

De acordo com a defesa de Samara, seu CPF foi roubado e usado pelos criminosos para abrir contas bancárias, o que a levou a ser denunciada pelo Ministério Público da Paraíba e ter a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça do estado.

Samara dava uma aula particular na casa de um aluno no momento em que foi presa. A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou apenas ter cumprido o mandado de prisão expedido pela Justiça da Paraíba, a pedido da polícia do estado nordestino. O Ministério Público da Paraíba se manifestou favoravelmente pela revogação da prisão preventiva assim que foi comunicado dos fatos.

Apesar do trauma, a jovem disse que prefere não esquecer o que passou, e seu pai dormiu na porta da penitenciária todos os dias, dentro do carro, até que ela fosse liberada. “Meu desejo de verdade seria esquecer e seguir em frente. Mas eu estaria ignorando as pessoas que conheci e suas dores”, afirmou Samara.

A professora, que acaba de se formar em matemática, disse ter dividido a cela com outras 21 mulheres em um dos dias, e que a experiência foi dolorosa e desesperadora.

Samara relatou ter ganhado força e esperança ao ver o pai aguardando por ela todos os dias. No entanto, permanece o medo de que um erro semelhante possa acontecer novamente, e a luta agora é por justiça e reparação emocional e legal.

Fonte: Adaptado de [inserir fonte original]

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