Proibição de bicicletas na praia de Guarujá gera polêmica e afeta rotina de moradores, turistas e ambulantes.







Medida da prefeitura de Guarujá proíbe circulação de bicicletas na faixa de areia

Medida da prefeitura de Guarujá proíbe circulação de bicicletas na faixa de areia

O fotógrafo Caio Pacheco Escobar, de 51 anos, é um dos muitos moradores e frequentadores de Guarujá que utilizam a bicicleta como meio de transporte e lazer na cidade litorânea. Porém, a prefeitura de Guarujá acaba de proibir a circulação de bicicletas na faixa de areia das praias da Enseada e do Tombo, obrigando o uso da ciclovia que contorna o balneário. A medida visa reduzir o número de roubos e furtos de celular, que têm aumentado consideravelmente durante a alta temporada.

A secretária de Defesa e Convivência Social de Guarujá, Valéria Amorim, justifica a proibição, alegando que as bicicletas são utilizadas como meio de fuga em casos de furto, contribuindo assim para o aumento da criminalidade na região. O ano passado foi marcado por recordes na quantidade de furtos em quatro cidades da Baixada Santista, com destaque para Guarujá, onde a tendência de alta nos furtos segue desde 2019, após seis anos consecutivos de queda nos índices criminais. Não apenas os furtos, mas os roubos também tiveram um crescimento de 25,5% no ano passado.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), entre janeiro e novembro de 2023, foram registrados 2.028 roubos e furtos de celulares em Guarujá, representando uma queda de 1,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que está direcionando recursos para desmantelar redes criminosas envolvidas no comércio ilegal de aparelhos roubados.

Além da proibição das bicicletas na faixa de areia, a prefeitura também está reforçando a segurança na orla do balneário, com um aumento do efetivo da Polícia Militar durante a alta temporada. No entanto, ciclistas e ambulantes criticam a medida, alegando que o problema não será solucionado apenas com a proibição das bicicletas, mas sim com investimentos em segurança pública.

O fotógrafo Caio Pacheco Escobar vê a proibição como ineficaz, defendendo que a presença de mais policiais seria mais eficiente para inibir a criminalidade. Ele também relata o medo de andar na ciclovia, especialmente durante a madrugada, devido à presença de motoristas embriagados na cidade.

Já o ambulante Marcos Felipe da Silva, que utiliza a bicicleta como meio de transporte para vender bebidas na praia, foi informado por um policial militar que teria que se deslocar para o calçadão se quisesse continuar com sua atividade. Outros ambulantes também dependem da bicicleta para o transporte de suas mercadorias durante a alta temporada.

Os frequentadores também se veem impactados pela proibição, tendo que deixar suas bicicletas presas em locais públicos, com medo de que sejam roubadas. Além disso, a estudante Talita Almeida relata que teve sua bicicleta roubada enquanto a deixava presa no calçadão. A proibição das bicicletas na faixa de areia em Guarujá parece ser uma medida polêmica, que gera um debate sobre as melhores soluções para o combate à criminalidade na região.


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