Projeções apontam aumento nas vendas da Black Friday brasileira de 2023, apesar de início menos aquecido no comércio eletrônico.






Black Friday 2023

Projeções de mercado apontam um aumento nas vendas da Black Friday brasileira de 2023, apesar de dados preliminares indicarem um início de mês menos aquecido no comércio eletrônico, principal canal de compras para a data promocional, que entra em seu período decisivo nesta sexta-feira (24).

A ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) projeta uma alta de 17% no faturamento do ecommerce, ajustado pela inflação, durante a semana da Black Friday em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Paralelamente, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) estima um crescimento real de 4,3% no faturamento do setor em novembro, atribuindo essa perspectiva à desaceleração da inflação e ao início do ciclo de queda de juros este ano.

“Há uma possibilidade de melhora dessa Black Friday em relação aos anos anteriores”, disse Anna Carolina Gouveia, pesquisadora do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da Fundação Getulio Vargas. Mas ela acrescentou que, apesar de algum alívio em inflação e juros este ano, a incerteza econômica ainda pesa na decisão de compra.

Uma pesquisa da FGV Ibre mostrou que o percentual daqueles que disseram ter certeza de que irão comprar na Black Friday ficou praticamente estável este ano em relação a 2022, em cerca de 10%, enquanto a parcela de pessoas que afirmaram estar dispostas a adquirir produtos, a depender de preço e condição de pagamento, por exemplo, subiu de 14,4% para 21,7%.

Este ano, o ar-condicionado e o ventilador ganham destaque em meio às altas temperaturas em diversas regiões no país, principalmente no início de novembro. Os produtos estão entre os termos mais buscados na plataforma do Mercado Livre, disse a empresa de varejo online, que afirma ter vendido na véspera da Black Friday 4 mil ventiladores em apenas 20 minutos.

“Eventos associados a condições climáticas, como a temperatura, favorecem o crescimento impressionante [na procura] de ventiladores e ar-condicionado”, disse Fernando Baialuna, diretor da área de consultoria na América Latina e de varejo da GfK.

Mas para Rodrigo Bandeira, vice-presidente nacional da ABComm, a tendência é que os descontos nesses produtos “sejam menores”, dada não só a alta procura, mas também os impactos na fabricação e logística em função da estiagem em Manaus, onde está localizado o segundo maior polo fabricante de ar-condicionado do mundo, atrás apenas da China.

ECOMMERCE CAI NO INÍCIO DE NOVEMBRO

Contudo, há indícios de que o comércio eletrônico teve um desempenho mais fraco nas semanas que antecedem a Black Friday, período em que as empresas costumam antecipar promoções.

O Magazine Luiza, que deriva grande parte de suas vendas de produtos eletroeletrônicos, reduziu no terceiro trimestre seu estoque em R$ 500 milhões em relação ao mesmo período de 2022, afirmou o diretor financeiro da companhia na semana passada.

Dados da Neotrust, empresa de pesquisa de mercado especializada em comércio eletrônico, mostraram uma queda no faturamento do segmento de 8,7% ano a ano, sem descontar inflação, em novembro até o dia 22.

Ainda assim, a empresa projeta avanço de 12% no pico da data promocional —de quinta-feira até domingo.

“No Brasil, cada vez faz menos sentido a gente carimbar Black Friday como a última sexta-feira do mês”, disse Fábio Bentes, economista sênior da CNC.

Folha Mercado


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