Projeto estatal identifica e protege relevos arqueológicos ameaçados pela modernidade no Equador

Em 2015, um projeto estatal ajudou arqueólogos a identificar cerca de 7.400 relevos em formato de L, T, U, quadrados, retangulares e ovais utilizando tecnologia sofisticada. No entanto, a passagem das estradas danificou alguns desses gigantes terrestres, colocando em risco o patrimônio arqueológico da área. Além disso, a erosão, o desmatamento, a agricultura e a mineração ilegal também ameaçam os relevos com até quatro metros de altura e cerca de 20 metros de comprimento.

Diante desse cenário, o Instituto Nacional do Patrimônio Cultural (INPC) estatal delineou planos para começar a demarcar os limites do complexo na província de Morona Santiago, no sudeste do Equador. O arqueólogo equatoriano Alden Yépez, da Universidade Católica do Equador, ressalta a importância do patrimônio arqueológico no vale do Upano, destacando a sua grandeza, história e manifestações culturais. Ele também aponta a necessidade de preservação desse legado cultural.

A arqueóloga da Universidade de Valladolid, ao visitar a área anos atrás, descobriu que alguns relevos haviam sucumbido à ação da maquinaria moderna. Ela relata que os gigantes terrestres foram danificados pela passagem das estradas, evidenciando os impactos negativos da modernização na preservação do patrimônio histórico da região. Além disso, a ação humana, como o desmatamento e a agricultura, tem contribuído para a destruição dos relevos, que são vulneráveis à ação da chuva, do vento e dos arados.

A situação é ainda mais preocupante devido à voraz mineração ilegal no rio Upano, berço da cultura indígena de mesmo nome. As atividades de mineração representam mais um risco para o patrimônio arqueológico e ambiental da região, aumentando a urgência de ações de proteção e preservação.

Diante desse contexto desafiador, a demarcação dos limites do complexo arqueológico assume um papel fundamental na proteção desses relevos e na garantia da sua preservação para as futuras gerações. É essencial que medidas efetivas sejam implementadas para mitigar os impactos da ação humana e da exploração ilegal, garantindo a perpetuação desse importante patrimônio cultural e histórico.

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