Radicalização do projeto humanista é necessária diante do avanço dos neofascismos e novas direitas, afirma especialista

Estamos vivendo um momento de radicalização neofascista e ascensão das novas direitas. Diante desse contexto, é necessário estarmos engajados na radicalização de nosso projeto humanista e transformador, capaz de superar a crise civilizatória em que nos encontramos. Essa é a afirmação do renomado sociólogo Capote.

No painel intitulado “Nossa América hoje”, o escritor e sociólogo Héctor Béjar, do Peru, relembrou o golpe militar chileno ocorrido há 50 anos, ao iniciar sua fala com a frase “Lembremos Allende”. Béjar destacou o Estádio Nacional do Chile, que se tornou um símbolo sombrio da ditadura de Pinochet, onde cerca de 40 mil pessoas foram aprisionadas e aproximadamente 400 delas foram executadas.

Béjar ressaltou que, apesar das tentativas de extermínio promovidas pelos governos dos EUA e pelas oligarquias latino-americanas nos anos 1970, as novas gerações estão aqui, mostrando que a política de extermínio fracassou. Porém, o pensador alerta que ainda há muito a ser feito, sendo importante denunciar a violência e as torturas praticadas sistematicamente pelas forças de segurança e investigar os protocolos e mandantes dessas técnicas.

O sociólogo peruano apontou algumas agendas pendentes para os governos progressistas e revolucionários da região, como o enfrentamento do racismo, a reforma agrária e urbana e a soberania alimentar. Ele destacou a importância de lidar com as grandes mudanças sociais, percebendo que o proletariado do século XIX foi substituído por migrantes, exilados, refugiados, despejados e trabalhadores precarizados, como os entregadores de entrega que ficam 12 horas por dia em cima de uma moto. Béjar concluiu afirmando que o desafio é conversar e articular com esse “gigantesco precariado”.

Nesse sentido, é fundamental compreender a urgência em abordar as questões sociais e políticas presentes em nossa América. Somente através da união e da busca por soluções para as problemáticas mencionadas, é que poderemos construir uma sociedade mais justa e igualitária.

Essas discussões ocorreram em um importante evento, cuja repercussão certamente contribuirá para o aprofundamento do debate político na América Latina. É necessário refletir sobre os desafios que enfrentamos e buscar caminhos para a construção de um futuro mais promissor.

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