O reitor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Gilberto Carlotti Júnior, admitiu em um vídeo divulgado na noite de quarta-feira (4) que a contratação de docentes para a instituição “tem sido muito lenta”. Ele afirmou estar comprometido em acelerar o processo de recomposição do quadro docente.
Devido à pressão de estudantes e servidores em greve, a reitoria da USP anunciou três novas medidas para combater o déficit de professores na universidade. Carlotti Júnior recuou do plano inicial de recompor o quadro docente de forma gradual até 2025.
O plano aprovado e divulgado em 2022 consistia na contratação parcelada de 879 professores até 2025, alegando que a instituição não poderia aumentar despesas com pessoal em um único ano.
“Reconhecemos que a contratação de docentes, com base nas 879 vagas já distribuídas para as unidades, tem sido muito lenta, devido a diversos fatores, incluindo a legislação para a contratação de servidores públicos”, declarou Carlotti no vídeo divulgado para a comunidade acadêmica.
Pressionada pela mobilização, a reitoria anunciou nesta quarta-feira que contratará 148 professores temporários em até 45 dias para suprir a falta de docentes nas unidades acadêmicas. Os cargos serão destinados às faculdades com maior déficit ou que sofreram mais prejuízos, como o cancelamento de disciplinas.
De acordo com a reitoria, essas 148 vagas serão preenchidas efetivamente, mas, dado que a contratação nesse modelo leva tempo, inicialmente serão contratados professores temporários para que comecem a trabalhar em até 45 dias.
Antes de autorizar a contratação de temporários, a reitoria também havia informado que as unidades de ensino poderiam solicitar antecipação dos concursos programados para os próximos anos. Em comunicado, a universidade informou que todos os pedidos de antecipação foram aceitos.
Outra medida anunciada pela reitoria foi a liberação de contratação para repor as vagas decorrentes de aposentadorias de docentes em 2022. Os processos de contratação serão iniciados para que os novos docentes comecem a trabalhar ainda em 2024.
Antes da paralisação dos estudantes, a USP não previa a reposição automática de professores aposentados.
Com as novas medidas anunciadas, a promessa da gestão é contratar um total de 1.027 professores efetivos até o meio do próximo ano.
