Rejeição de 34% coloca Boulos em desafio rumo à Prefeitura de São Paulo, comparável apenas a Maluf e Pitta.




Rejeição de Guilherme Boulos impõe desafio para eleição em São Paulo

Rejeição de Guilherme Boulos impõe desafio para eleição em São Paulo

A rejeição de 34% de Guilherme Boulos (PSOL) impõe um obstáculo para que ele chegue à Prefeitura de São Paulo superado nas últimas décadas apenas por Paulo Maluf, em 1992, e Celso Pitta, em 1996, segundo dados do Datafolha.

Pesquisas do instituto feitas logo antes do primeiro turno das respectivas eleições mostram que 38% declaravam não votar em Maluf de jeito nenhum. Para Pitta, o índice era de 30%.

Parlamentares do PT e do PSOL lembram que, na véspera do segundo turno de 2022, 46% diziam que jamais votariam no hoje presidente Lula (PT), de acordo com o Datafolha, e ainda assim ele foi eleito.

Na eleição paulistana de 1996, com uma taxa de rejeição que variou de 22% a 30% naquele ano, Pitta venceu Luiza Erundina, mas ela tinha índices ainda maiores —entre 39% e 45% a depender do mês.

Já em 1992, Maluf, cuja taxa negativa era de 27% a 38% ao longo do período eleitoral, derrotou Eduardo Suplicy (PT), que tinha rejeição mais baixa, 31%. Foi a única vez que isso aconteceu.

Em geral, os candidatos que venceram as eleições paulistanas desde então tiveram rejeição abaixo dos 25%, chegando a cerca de 30% só com, além de Pitta e Maluf, Gilberto Kassab (hoje no PSD), em 2008, mas com queda para 21% até antes da eleição, e Bruno Covas (PSDB), em 2020, que também foi a 24% antes do pleito.

Aqueles que perderam no segundo turno, por outro lado, tinham rejeição acima dos 30% e, muitas vezes, até acima dos 40%.

Outra eleição que fugiu desse padrão, além da de Maluf, foi justamente a de 2020, entre Boulos e Covas —ambos tinham taxas semelhante, 23% e 24%, antes do pleito.

Há quatro anos, a parcela dos que declaravam não votar em Boulos de jeito nenhum variou de 22% a 24%. Neste ciclo eleitoral, no entanto, ele marcou 29% em agosto passado e 34% agora.

Nunes manteve os mesmos 26%, patamar que, segundo a tendência histórica, está dentro de um limite possível entre os que venceram no passado.

Integrantes do PSOL afirmam que, em 2020, a campanha de Boulos não era um alvo prioritário —sua chegada ao segundo turno surpreendeu. Já nesta eleição, como o psolista largou na frente, acaba tendo a rejeição amplificada por críticas dos adversários.

Aliados de Boulos dizem que a rejeição do deputado não assusta e já está precificada —poderia impedir uma vitória por maioria ampla, mas a aposta é a de que o resultado será apertado de qualquer forma.

Parte dos interlocutores do pré-candidato afirma acreditar que a rejeição não vai diminuir e trabalham para ao menos não aumentá-la, mas alguns dizem ser possível melhorar o quadro.


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