Religiosos evangélicos demonstram apoio incondicional a Israel em meio a conflito com palestinos

A erupção de um novo conflito em Israel está gerando uma grande repercussão nas redes sociais evangélicas. Muitos líderes religiosos do segmento estão expressando seu apoio ao Estado de Israel em meio aos ataques do grupo palestino Hamas. A Frente Parlamentar Evangélica, por exemplo, afirmou que o governo brasileiro deve condenar os ataques e reconhecer o direito de Israel à autodefesa.

Pastores também estão usando as redes sociais para se solidarizar com Israel. André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, citou o Livro de Josué para ressaltar as promessas de Deus ao povo de Israel. A senadora Damares Alves, do partido Republicanos, afirmou estar “em lágrimas” e demonstrou sua paixão por Israel.

No entanto, essa postura de apoio ao sionismo por parte dos evangélicos nem sempre foi comum. Por muitos séculos, os protestantes, que são precursores do pentecostalismo brasileiro, não davam tanta importância para Jerusalém. A cidade tinha um valor mais simbólico para judeus, católicos e muçulmanos.

O que mudou então? A partir do século 20, teologias começaram a interpretar de forma literal as profecias bíblicas relacionadas ao Apocalipse e ao retorno de Jesus. A criação do Estado de Israel em 1948 também influenciou essa interpretação profética. Muitos grupos evangélicos acreditam que o renascimento de Israel seria contemporâneo à segunda vinda de Jesus.

É importante ressaltar que, para esses grupos, a salvação depende da conversão dos judeus ao cristianismo. No entanto, líderes como o apóstolo Estevam Hernandes, da igreja Renascer em Cristo, acreditam que judeus podem ser salvos a qualquer momento, desde que aceitem Jesus como seu Senhor.

Além disso, a ênfase no simbolismo judaico não se restringe apenas a uma igreja. A Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, construiu uma réplica do Templo de Salomão em São Paulo, com o bispo Edir Macedo se vestindo como um profeta judeu durante a inauguração.

Nos últimos anos, o apoio evangélico a Israel também ganhou contornos políticos, com pressões para a mudança da embaixada dos países para a cidade de Jerusalém. Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha tentado seguir os passos do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, essa mudança não foi implementada no Brasil.

O apoio a Israel é tão forte entre os evangélicos que existem agências de viagem especializadas em pacotes turísticos para cristãos visitarem o país. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil, já que nos Estados Unidos 64% dos evangélicos republicanos afirmam que a posição de um candidato em relação a Israel é importante.

É importante destacar que esse apoio a Israel não é consenso entre todos os evangélicos e há visões divergentes sobre a política e a religião. No entanto, é inegável a influência que o sionismo e os símbolos judaicos têm exercido sobre o segmento evangélico nos últimos anos.

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