Rússia realiza com sucesso lançamento de míssil nuclear de submarino; “supersemana dos mísseis nucleares” entra em ação

A Rússia realizou com sucesso o primeiro lançamento de um míssil nuclear desarmado a partir de seu submarino mais recente, o Imperador Alexandre 3º, no último domingo (5). O teste ocorreu no mar Branco, no Ártico, e o projétil atingiu um alvo a 5.500 km de distância, na península de Kamtchatka, no Extremo Oriente russo.

Este foi o primeiro teste bem-sucedido em uma semana repleta de testes de mísseis nucleares, planejados por quatro das cinco potências nucleares com assento no Conselho de Segurança da ONU.

No entanto, na última quarta-feira (1), os Estados Unidos falharam ao lançar um míssil Minuteman-3, modelo disparado a partir de silos terrestres, na base de Vandenberg, Califórnia. O lançamento foi interrompido devido a uma falha no sistema de orientação e teve que ser destruído sobre o oceano Pacífico. Esse incidente ocorreu durante a visita de uma delegação da Coreia do Sul, país que assinou um acordo de compartilhamento de informações nucleares com os EUA para intimidar a Coreia do Norte.

Antes do lançamento bem-sucedido deste domingo, os russos cancelaram um novo teste do seu mais recente míssil intercontinental pesado, o Sarmat, lançado por Vladimir Putin em 2018. O míssil Sarmat foi lançado com sucesso neste ano, mas o cancelamento indica alguma falha não divulgada.

Além disso, a China também planeja realizar um teste neste domingo, com poucos detalhes divulgados. Ao contrário dos americanos e russos, que divulgam mutuamente detalhes de testes, a China é conhecida por ser bastante sigilosa em relação aos seus lançamentos.

A França também está programada para lançar um míssil nuclear de um de seus submarinos de propulsão nuclear no oceano Atlântico na quarta-feira (8). Os únicos ausentes nesse cenário são o Reino Unido e as outras potências nucleares do mundo, como Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte.

O lançamento bem-sucedido do míssil russo é simbólico, destacando o papel do submarino Imperador Alexandre 3º como base da força nuclear russa nas próximas décadas. Esse submarino, que faz parte da classe Borei, é alimentado por energia nuclear e pode carregar até 16 mísseis Bulava, cada um capaz de transportar seis ogivas nucleares.

Essa série de testes ocorre em um momento de crescente deterioração do ambiente de segurança mundial, com conflitos em curso na Ucrânia e Israel, e as principais potências nucleares do mundo, Rússia e Estados Unidos, enfrentando uma das piores fases de suas relações.

Porém, nem tudo são más notícias. Na semana passada, os Estados Unidos e a China concordaram em retomar as negociações para o monitoramento mútuo de seus arsenais nucleares, um passo importante para a redução de tensões no cenário internacional.

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