Segundo a Corregedoria, há suspeitas de que PMs tenham inserido arma no caso envolvendo a morte de jovem de 13 anos no Rio.

Investigação aponta PMs suspeitos de plantar arma ao lado do corpo de adolescente morto na Cidade de Deus

A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro concluiu uma investigação que revela o envolvimento de quatro cabos do Batalhão de Choque em um caso de possível fraude processual. Os agentes, que não tiveram seus nomes divulgados, são suspeitos de terem plantado uma arma ao lado do corpo de Thiago Flausino, de apenas 13 anos, morto durante uma ação policial na madrugada de 7 de janeiro na comunidade da Cidade de Deus, zona oeste do Rio.

O inquérito foi encaminhado para a Promotoria militar, uma vez que o crime ocorreu durante o serviço dos PMs. Ao utilizar um carro particular de propriedade de um dos agentes para fazer filmagens com um drone, os cabos infringiram a lei. Paulo Roberto Mello da Cunha Júnior, promotor responsável pelo caso, afirmou que a conduta dos PMs indica que eles tenham manipulado a cena do crime, acrescentando fraudulentamente a arma ao local.

A denúncia está sendo analisada por Cunha Júnior, que também está avaliando o pedido de prisão preventiva dos agentes feito pela PM. Paralelamente, a Delegacia de Homicídios da Capital conduz outra investigação sobre o caso.

O relato das testemunhas aponta que Flausino e outro jovem estavam em uma moto quando foram abordados pelos agentes. Segundo essas testemunhas, não houve troca de tiros e apenas os PMs efetuaram disparos contra o adolescente, resultando em três tiros: um nas costas, outro na perna e um terceiro que perfurou ambas as canelas, levando à morte do jovem no local.

As imagens das câmeras de segurança estão sendo analisadas para entender melhor a dinâmica dos eventos. O outro jovem que estava com Flausino na moto já foi identificado e não possui histórico criminal.

A primeira versão apresentada pela Polícia Militar afirmava que Flausino havia morrido durante um confronto com os policiais, alegando que houve troca de tiros e que uma pistola foi encontrada no local. No entanto, as imagens obtidas pela família do adolescente contestam essa versão, mostrando Flausino andando de moto em uma rua movimentada, enquanto um carro particular sem identificação da PM, um C4 Pallas prata, seguia atrás dele.

Segundo Cunha, ainda não existem elementos que corroborem a versão dos PMs e há indícios de que a arma tenha sido levada até o local para tentar justificar a ação policial. O Ministério Público do Rio de Janeiro ainda não formulou uma opinião definitiva sobre o caso.

Nos depoimentos, os policiais afirmam que houve um tiroteio durante a ação policial em que Flausino foi morto.

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