Segundo o biógrafo, Milei afirma que sua missão de ser presidente foi concedida por cachorro e Deus.

Homem chamado “o louco” lidera corrida presidencial na Argentina

O candidato à Presidência da Argentina, Javier Milei, surpreendeu a todos ao sair na dianteira nas primárias do país. Um livro recentemente lançado, intitulado “El Loco”, revela a biografia desse político controverso. O jornalista portenho Juan Luis González descreve Milei como um homem extremamente solitário, que acredita ter sido escolhido por Deus para liderar o país.

O livro, lançado em julho pela editora Planeta, acaba de ter sua primeira reimpressão anunciada, mas ainda não há planos de publicação em português. A assessoria de imprensa de Milei não comentou as supostas histórias descritas no livro, segundo informações da Folha de S.Paulo.

Milei recebeu a alcunha de “o louco” durante sua juventude, devido ao seu comportamento agressivo e excêntrico. González relata que essa alcunha o acompanhou ao longo de sua vida, desde o apelido utilizado por seu pai durante os momentos de agressão, até o apelido recebido por sua atuação como goleiro em um time de futebol. Entretanto, segundo o autor do livro, essa raiva incontida foi o que fez Milei ganhar fama entre os argentinos, que se identificam com sua visão crítica em relação à política tradicional e sua retórica fervorosa.

González também relata que o livro despertou a atenção da imprensa nacional devido à suposta crença de Milei no sobrenatural. O político teria iniciado sua jornada esotérica quando seu cachorro ficou doente. Milei contratou um médium que compartilhava de sua ideologia anarcocapitalista para traduzir os pensamentos do seu amado animal de estimação. Essas sessões impressionaram o político de tal maneira que ele se aproximou ainda mais do mundo da comunicação interespécies e passou a acreditar que seu cachorro se tornou companheiro de Deus após sua morte.

O livro também revela que Milei gastou US$ 50 mil para clonar seu cachorro nos Estados Unidos. Os filhotes foram batizados com nomes de seus economistas favoritos e cada um teria uma função mística dentro de sua campanha política.

O jornalista afirma que as informações apresentadas no livro foram obtidas de pessoas que circulam nos meios políticos frequentados por Milei e que o próprio candidato já citou indiretamente alguns episódios descritos no livro ao longo de sua exposição na mídia. González, que se especializou na cobertura da nova direita argentina, acredita que Milei continuará obtendo sucesso nas eleições presidenciais em outubro. Ele acredita que o bom desempenho de Milei nas primárias não pode ser explicado apenas como um “voto de protesto”, mas sim como um fenômeno mais complexo e significativo para o cenário político argentino.

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