Na semana passada, tive a oportunidade de participar como palestrante e participante integral do seminário “Educação na era das transições”, organizado pelo Instituto Unibanco (IU) e realizado nos dias 4 e 5 de outubro em São Paulo. O evento foi marcado por uma organização impecável, um público seleto da diversidade na educação, a tecnologia e o bom gosto.
O seminário reuniu especialistas, profissionais da educação, representantes do poder público, lideranças do terceiro setor e acadêmicos. Dentre os presentes, estavam equipes de educação de vários estados e quatro secretários de estado da educação. Com a presença de pessoas tão qualificadas e interessadas no tema, debates e reflexões de grande relevância foram realizados.
O objetivo principal do encontro foi discutir os desafios e oportunidades para a educação em um período de múltiplas, profundas e aceleradas transições. Durante as discussões, foram abordadas questões como as mudanças demográficas, climáticas, sociais e tecnológicas e como essas transformações impactam a escola, os estudantes, os profissionais da educação e o processo de ensino-aprendizagem.
Um momento marcante do evento foi o discurso de abertura de Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco. Ele iniciou sua fala citando a música “Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar”, que reflete a constante transformação da educação e da vida em geral. Henriques ressaltou a importância de compreender e lidar com as tensões e conflitos que surgem nesse processo de transição.
Além das palestras e debates, o seminário também contou com a participação de diversos especialistas em mesas redondas. Uma delas, intitulada “Do mito da democracia racial ao antirracismo — onde estamos?”, teve como moderadora Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e Representante da Unesco no Brasil. Os palestrantes discutiram a tensão entre aqueles que desejam manter o status quo e os que buscam transformar a sociedade para se tornar antirracista. Foi enfatizado que o racismo é uma questão estrutural com raízes históricas.
Outra mesa de destaque foi a que abordou a transição climática e a importância da colaboração de todos para a proteção do meio ambiente. Os palestrantes trouxeram dados preocupantes e reforçaram a necessidade de ações concretas para enfrentar essa crise.
Por fim, destaco a mesa em que participei, juntamente com outros especialistas, com o tema “Da redemocratização ao populismo reacionário: desafios de Aprender a Conviver”. Durante a discussão, foram analisados o contexto nacional e internacional, destacando a influência da extrema direita e do fundamentalismo religioso. Além disso, ressaltou-se a importância de uma educação inclusiva, que promova o respeito, a igualdade de gênero e a proteção de todas as pessoas.
O seminário “Educação na era das transições” proporcionou momentos de grande aprendizado e reflexões profundas. Foi uma oportunidade de trocar experiências, conhecer boas práticas e estabelecer parcerias com outras instituições e pessoas engajadas na busca por uma educação de qualidade, referenciada e acolhedora para todos. Agradeço ao Instituto Unibanco pela oportunidade de enriquecimento pessoal e institucional.
