O novo Parlamento do Paquistão teve um domingo (3) movimentado, com a eleição de Shehbaz Sharif como primeiro-ministro. Após três semanas de intensas eleições nacionais e atrasos na formação do governo de coalizão, Sharif obteve 201 votos, superando os 169 necessários para assumir o cargo.
A vitória de Sharif foi anunciada pelo presidente da Assembleia Nacional, Ayaz Sadiq. Seu oponente, Omar Ayub, apoiado pelo ex-premiê Imran Khan, obteve 92 votos, o que gerou protestos da aliança Sunni Ittehad Council (SIC), também apoiada por Khan, alegando fraude eleitoral no processo de escolha.
Em seu discurso de posse, Sharif abordou a importância de reformas econômicas e relações internacionais, convidando a oposição para dialogar. Enquanto isso, a SIC protestava segurando cartazes e entoando palavras de ordem contra o novo premiê.
A eleição de 8 de fevereiro foi turbulenta, marcada por corte de rede de celulares, prisões e violência. A divulgação dos resultados foi atrasada, resultando em acusações de fraude. Sharif, irmão de Nawaz Sharif, líder do partido Pakistan Muslim League-Nawaz, retorna ao cargo que ocupava até agosto passado.
O novo governo terá desafios econômicos significativos, incluindo a renovação do acordo com o FMI, previsto para expirar em abril, além de lidar com a pobreza crescente e o descontentamento dos apoiadores de Imran Khan.
Khan, ex-jogador de críquete e ex-primeiro-ministro, enfrentou problemas legais que culminaram em sua prisão e condenação. Seu retorno à política após a soltura em 2023 foi marcado por protestos e desafios contínuos.