“Sítio dos Pelados”: Comunidade em Viamão promove terapias sexuais controversas, denúncias de abusos e violências são recorrentes, líder nega acusações.






Reportagem Especial: Comunidade Osho Rachana

Reportagem Especial: Comunidade Osho Rachana

Em um domingo de manhã, cerca de 30 pessoas se juntam em um amplo salão na zona rural de Viamão, RS, para participar de um processo terapêutico único. O evento é parte da Maratona de Potencial Sexual realizada pela Comunidade Osho Rachana, inspirada no controverso líder espiritual indiano Osho, apelidado de “guru do sexo”.

Esta comunidade, conhecida como “sítio dos pelados”, possui uma proposta terapêutica centrada na sexualidade. A prática combina elementos da terapia bioenergética e meditações ativas criadas por Osho, visando desbloquear traumas e repressões ligados à sexualidade desde a infância.

Durante a pandemia, a comunidade gaúcha enfrentou desafios semelhantes aos retratados na premiada série documental “Wild Wild Country”, da Netflix. Há relatos de abusos, manipulações, violência física e até a compra de armas para se proteger de possíveis ataques.

A inspiração de Osho

Osho, nos anos 1970 e 1980, atraiu seguidores de todo o mundo com sua filosofia de amor livre e meditação. Seus discípulos, conhecidos como “rajneeshees”, organizavam-se em comunidades fechadas, semelhantes à estrutura da Comunidade Osho Rachana em Viamão.

Entrevistas com ex-moradores revelam um cenário de violência psicológica, manipulações e abusos no interior da comunidade. Mulheres eram frequentemente alvo de humilhações, e situações de confronto eram tratadas como parte do processo terapêutico.

Denúncias e investigações

Um grupo de 16 ex-integrantes da comunidade decidiu denunciar publicamente os abusos sofridos. Eles buscaram apoio junto ao Ministério Público do Rio Grande do Sul, que está investigando o caso juntamente com a Polícia Civil de Viamão.

Prem Milan, líder da Comunidade Osho Rachana, nega veementemente todas as acusações, classificando o grupo de denunciantes como “um grupo de ressentidos” e defendendo as práticas terapêuticas realizadas no local. Ele destaca que todas as decisões na comunidade são tomadas de forma democrática e que os moradores participam voluntariamente de todas as atividades.

A polêmica em torno da Comunidade Osho Rachana mostra os desafios e controvérsias relacionados a movimentos espirituais e terapêuticos alternativos. O caso levanta discussões sobre manipulação, abusos e a linha tênue entre práticas terapêuticas legítimas e condutas prejudiciais.

É essencial que investigações rigorosas sejam conduzidas para esclarecer os fatos e garantir a segurança e integridade dos envolvidos. A busca por uma espiritualidade saudável e autêntica deve ser sempre pautada pelo respeito, ética e proteção aos direitos humanos.

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