Situação no bairro de Mutange, em Maceió, está estabilizada, afirma Ministério de Minas e Energia.

Situação em Mutange, em Maceió, é de estabilização, diz Ministério de Minas e Energia

Segundo informações divulgadas pelo Ministério de Minas e Energia neste domingo, 3, a situação no bairro de Mutange, em Maceió, está estabilizada e o colapso de uma mina, caso ocorra, será “de forma localizada e não generalizada”. O relatório aponta que houve redução da velocidade de deslocamento do terreno e que a probabilidade de desmoronamentos em larga escala diminuiu.

A petroquímica Braskem, responsável pela extração de sal-gema em 35 poços abertos na cidade até 2019, levou a capital alagoana a decretar estado de emergência na semana passada devido ao risco iminente de desmoronamento da mina. O ministério afirmou que, de acordo com dados coletados até sábado, 2, houve uma redução significativa na velocidade de deslocamento, que passou de 50 centímetros para cerca de 15 centímetros por dia.

Além disso, o relatório apontou que não houve alteração expressiva no nível da Lagoa de Mundaú e que o risco de contaminação é baixo. A Defesa Civil está monitorando o local com sensores em tempo real. A Braskem, por sua vez, informou que 100% da área em risco está desocupada.

Último culto

A Igreja Batista do Pinheiro, uma das últimas edificações funcionando no bairro de Mutange, foi interditada pela Defesa Civil depois que um último culto foi celebrado. A igreja era considerada simbólica pelos moradores, tendo sediado encontros e debates sobre as desocupações promovidas pela Braskem desde 2018. A interdição é temporária e atende à determinação da Justiça Federal devido ao risco de colapso de uma mina no bairro.

Em meio às desocupações no bairro, cerca de cem pessoas, quase todas ex-moradoras do local, acompanharam o último culto na igreja. Muitas delas lamentaram o fechamento do espaço e falaram sobre os impactos causados pelas desocupações. Valcknaer Chagas, funcionário público de 40 anos, comentou que morou a vida toda no bairro e que teve que se mudar por conta das desocupações promovidas pela Braskem.

Além disso, a corretora de seguros Edvânia Minervino, de 38 anos, também lamentou o fechamento da igreja e criticou a falta de responsabilização das autoridades e da empresa responsável pelas desocupações.

Contraste

A Igreja Batista do Pinheiro mantinha suas portas abertas todos os dias, o que contrasta com as casas desocupadas no entorno. Tombada como Patrimônio Material e Imaterial de Alagoas, a igreja foi um ponto de resistência e de articulação das populações residentes no bairro.

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